Compreender as necessidades da criança com deficiência e oferecer um atendimento humanizado que rompe as barreiras da aprendizagem são algumas das características dos professores que atuam no Atendimento Educacional Especializado (AEE) nas Escolas da Prefeitura de Porto Velho. Atualmente, 40 unidades escolares do município oferecem esse atendimento para toda a rede própria, com profissionais com formação específica para o apoio pedagógico imprescindível aos alunos com deficiência ou Transtorno do Espectro Autista.
Rodeado de muito amor e carinho, os alunos que necessitam desse olhar encontram na professora Estela Brum, 61 anos, a sensibilidade e a delicadeza que precisam para se desenvolver. Desde 2001, a especialista atende cerca de 11 alunos em dois turnos na escola Antônio Ferreira da Silva.
“Os recursos da sala potencializam o atendimento, pois nela a criança encontra todo o suporte do qual necessita. Esse atendimento também auxilia os professores em suas práticas pedagógicas e as famílias no modo como podem colaborar com a aprendizagem de seus filhos”, enfatiza a gestora Andreia Ferneda, ao se referir ao empenho da gestão, com a criação da sala de AEE para alunos com deficiência, que hoje conta com cinco professoras especializadas atendendo. A sala é equipada com ferramentas necessárias à aprendizagem e desenvolvimento cognitivo dos alunos, público-alvo da Educação Especial, e existe desde que a escola foi inaugurada, praticamente.
A gestora conta que a Prefeitura está sempre investindo em novos equipamentos pedagógicos para atualizar o aprendizado. Uma relação de confiança “Muitas vezes, a escola é o único espaço no qual o aluno atendido pelo AEE tem contato com outras crianças, essa conexão é muito importante, pois no olhar das crianças não existe preconceito, mas sim uma aproximação acolhedora. Nós sempre explicamos para os alunos, com muito carinho, as limitações de cada um, para que eles possam compreender o espaço individual de cada coleguinha”, comentou Estela.
A professora acrescenta ainda que um dos desafios é descobrir quais formas de se comunicar com a criança, além da fala: “Orientamos os alunos que o ‘sim’ pode ser representado por um sorriso; já o ‘não’, estamos analisando qual será a melhor forma, se é pela expressão da sobrancelha, ou outra expressão para que a criança possa assimilar a negação”, explica.
ATENDIMENTOS
A rede municipal de educação de Porto Velho contabiliza, em 2024, 2.382 (dois mil, trezentos e oitenta e dois) estudantes matriculados como público-alvo da Educação Especial, de acordo com dados da Secretaria Municipal da Educação. São atendidos estudantes com Transtornos Globais do Desenvolvimento, altas habilidades, superdotação e deficiência. Essas crianças e adolescentes público-alvo da Educação Especial, que englobam outros transtornos como o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, discalculia, dislalia e dislexia do desenvolvimento, também recebem acolhimento na rede.
Para garantir o seu processo de aprendizado, todo aluno tem seu próprio Plano de Desenvolvimento Individual, instrumento que promove ações para identificação, avaliação e intervenção pedagógica personalizada. O documento precisa ser elaborado desde o início da vida escolar, ao ingressar na unidade escolar, e deve ficar disponível ao acesso de todos os envolvidos, professores do aluno, equipe de gestão escolar e a família.
A Escola Municipal Antônio Ferreira da Silva, na rua Duque de Caxias, bairro São Cristóvão, tem mais de 80 alunos estudando na Educação Especial. A unidade passou por uma revitalização e atualização didática e conta com salas dedicadas exclusivamente ao atendimento dos alunos matriculados na educação especial. O suporte oferecido pela equipe pedagógica e multidisciplinar é realizado todos os dias letivos.
ESTRUTURA
A estrutura da rede municipal conta com 139 escolas que possuem 40 Salas de Recursos Multifuncionais, espaços onde é oferecido o Atendimento Educacional Especializado, voltado aos estudantes com deficiência, com transtornos globais do desenvolvimento e com altas habilidades/superdotação.
“Prezamos a qualidade de ensino dos nossos alunos, reconhecendo e respeitando suas individualidades e especificidades. Trabalhamos e desenvolvemos as ações do plano com intuito de assegurar, de acordo com a proporção da aparelhagem que disponibilizamos atualmente na rede, que todos sejam incluídos em um sistema educacional com qualidade e equidade, onde todos tem a mesmas oportunidades”, frisou a secretária Gláucia Negreiros.
Além do AEE, a Semed investe ainda em parcerias que ofertam o atendimento multiprofissional, através do programa Saúde na Escola, com atendimento em odontologia, fonoaudiologia, psicologia e oftalmologia.
LEGISLAÇÃO
A legislação brasileira garante o atendimento educacional especializado a alunos com deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino. O Plano Nacional de Educação (PNE) destaca que a escola inclusiva deve garantir o atendimento à diversidade humana. Para receber alunos com necessidades especiais, as escolas podem:
Preparar o corpo docente
Adaptar o projeto pedagógico
Usar a tecnologia
Medir o desempenho
Conhecer o estudante de forma integral
Fomentar um ambiente de cooperação e livre de preconceitos
Estabelecer uma parceria entre escola e família.Deixe seu comentário