A pandemia de Covid-19 aumentou, ainda mais, a dificuldade de determinados grupos de brasileiros terem acesso a direitos básicos como saúde, educação e trabalho. Nesse contexto, além dos profissionais de saúde que estão na linha de frente, outros se mostram fundamentais. Como é o caso dos profissionais do Serviço Social, que atuam com objetivo de orientar as pessoas em situações de desamparo, promovendo seu bem-estar físico, psicológico e social.
Uma das principais atuações dos assistentes sociais são em hospitais, mas eles podem trabalhar em órgãos governamentais e não governamentais, do terceiro setor, como em ONG’s, e na esfera privada. E, no período da pandemia, onde todos precisaram adaptar sua vida pessoal e profissional ao novo normal, trabalhar como autônomo foi uma forma de se reinventar.
A recém-formada Karine Silva, 25, explica que a atuação dos assistentes sociais vai muito além da palavra “ajuda” e, muitas vezes, é confundida com caridades. “Nós atuamos e contribuímos para que todos tenham acesso aos seus direitos, que muitas vezes são negados e negligenciados pela esfera pública. Através do nosso trabalho, as situações são expostas e tratadas de forma técnica, sem esquecer o lado humano”, conta.
A graduada em História e mestre em Estudos de Cultura e Território, Maria Leal, sempre teve o desejo de fazer uma graduação em Serviço Social. Ingressou na nova graduação e se descobriu. “Tenho muitas expectativas com o curso. Ainda estou no terceiro semestre e vem muita coisa pela frente. Com a situação da pandemia, tudo ficou complicado, mas penso que, quem sabe no futuro, a gente tenha um país mais voltado para a solução destas questões sociais”, diz.
Na cidade onde mora, em Araguiana, estado do Tocantins, a estudante foi uma das primeiras pessoas a ter a suspeita de Covid-19, e lembra do desempenho dos assistentes sociais no combate à pandemia. “Fui a segunda pessoa na minha cidade a ter suspeita de contaminação pelo vírus. Então, uma assistente social ligava para saber como estava, para conversar e isso fez com que eu não me sentisse tão isolada, tão sozinha”.
O Serviço Social abre espaço para conduzir as pessoas que estão em situação de vulnerabilidade a novas portas. Na pandemia, os assistentes sociais estão trabalhando para garantir direitos para pacientes e familiares. “Eu sei que não é um trabalho fácil, é árduo e nem sempre valorizado como deveria. Mas a expectativa de que você possa estar atuando para melhorar a vida das pessoas, mesmo que não seja de uma hora para outra, já é algo significativo”, conclui a estudante.