A reestruturação dos Correios foi apresentada nesta segunda-feira (29) pela diretoria da estatal como tentativa de reverter 12 trimestres consecutivos de prejuízo. O plano prevê demissões, fechamento de agências, venda de imóveis e um empréstimo de R$ 12 bilhões para aliviar o caixa e quitar dívidas acumuladas. A expectativa é que a empresa volte a apresentar lucro apenas em 2027.
Segundo a proposta, cerca de 1 mil agências serão encerradas em todo o país — especialmente as unidades que operam com prejuízo. Além disso, a empresa pretende economizar até R$ 2 bilhões com pessoal a partir da implantação de um Programa de Demissão Voluntária (PDV), que pode gerar até 15 mil desligamentos em dois anos.
• PDV pode alcançar 10 mil funcionários em 2026 e 5 mil em 2027;
• Redução de 18% na folha de pagamentos;
• Venda de imóveis pode render R$ 1,5 bilhão;
• Reforma no plano de saúde deve cortar R$ 500 milhões anuais.
Para reforçar as receitas, os Correios buscam novas parcerias com o setor privado e reavaliação de serviços afetados pelo cenário recente, como o impacto do programa Remessa Conforme, que reduziu o volume de importações registradas e afetou o faturamento da estatal desde 2024.
O empréstimo será negociado com Bradesco, Itaú, Santander, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, com garantia da União e carência inicial de três anos. A amortização está prevista até 2040.
Enquanto isso, a crise interna segue refletindo no atendimento. Trabalhadores estão em greve desde o dia 16, intensificando o movimento às vésperas do Natal. Uma nova rodada de negociação ocorre ainda hoje para tentar avançar no acordo.
Em pauta, os funcionários reivindicam estabilidade, revisão do plano de saúde e manutenção de benefícios. A estatal afirma que o pacote é necessário para “viabilizar a sobrevivência financeira” e manter sua relevância no mercado logístico brasileiro.











































