As contas do Governo Central registraram um superávit primário de R$ 36,5 bilhões em outubro. O resultado, que exclui o pagamento de juros da dívida pública, superou a projeção de R$ 32,2 bilhões feita por analistas e é o quarto melhor para o mês desde 1997, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (26) pelo Tesouro Nacional.
O bom desempenho do Governo Central em outubro foi impulsionado por uma arrecadação recorde, com destaque para o Imposto de Renda (IR) e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O crescimento do IR está ligado ao aumento da massa salarial e ao rendimento de aplicações em renda fixa.
Meta Fiscal e Déficit Acumulado
Apesar do forte resultado de outubro, o saldo acumulado de janeiro a outubro de 2025 ainda é de déficit primário, totalizando R$ 63,7 bilhões. Este número mantém a pressão sobre o cumprimento da meta fiscal.
Para este ano, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) estipula a meta de déficit zero, com uma margem de tolerância que permite um déficit de até 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB), cerca de R$ 31 bilhões.
A meta permite um resultado negativo total de até R$ 75,8 bilhões, considerando a exclusão de despesas extraordinárias, como precatórios e o reembolso de fraudes do INSS.
Despesas e Arrecadação em Alta
Em outubro, a receita líquida do Governo Central foi de R$ 228,9 bilhões, apresentando crescimento real de 4,5% em relação ao ano anterior. Já as despesas totais subiram 9,2% acima da inflação, totalizando R$ 192,4 bilhões.
O aumento das despesas foi influenciado principalmente por:
Gastos com Saúde (+R$ 6,3 bilhões).
Aumento nos benefícios previdenciários (+R$ 2,4 bilhões), influenciado pelo reajuste real do salário mínimo e pela ampliação do número de beneficiários.
Pagamento de precatórios e decisões judiciais.
O Tesouro Nacional registrou superávit de R$ 57,4 bilhões, mas o resultado foi parcialmente compensado pelo déficit de R$ 20,7 bilhões da Previdência Social.
A situação fiscal preocupa o governo, que projeta um déficit de R$ 75,7 bilhões para 2025, no limite máximo permitido pelo arcabouço fiscal. Para tentar cumprir a meta, o governo já contingenciou R$ 3,3 bilhões e mantém R$ 7,7 bilhões bloqueados.











































