O Brasil registrou em 2024 os melhores resultados em termos de renda, desigualdade e pobreza de toda a série histórica iniciada em 1995. O dado é de uma nota técnica do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgada nesta terça-feira, 25 de novembro.
Ao longo de 30 anos, a renda domiciliar per capita cresceu cerca de 70%. No mesmo período, o coeficiente de Gini, que mede a concentração de renda, caiu quase 18%, e a taxa de extrema pobreza recuou de 25% para menos de 5%.
O progresso foi retomado com força entre 2021 e 2024, revertendo o ciclo prolongado de crises entre 2014 e 2021. Nesses três anos, a renda média real cresceu mais de 25%, acompanhada de queda expressiva na desigualdade.
Fatores da Melhora e Alerta
Os pesquisadores atribuem a melhora recente ao aquecimento do mercado de trabalho e à expansão das transferências de renda. Ambos foram responsáveis por quase metade da redução da desigualdade e da queda da extrema pobreza no período, com programas como Bolsa Família e Auxílio Brasil se mostrando efetivos.
Contudo, o efeito das transferências de renda perdeu força em 2023 e 2024, com o fim do ciclo de expansão. O mercado de trabalho manteve, então, forte influência sobre a queda da Renda Desigualdade Ipea.
Em 2024, o país registrou os menores níveis de pobreza da série histórica. Ainda assim, 4,8% da população vivia abaixo da linha de extrema pobreza (US$ 3 por dia).
Os autores do estudo alertam que o avanço observado no pós-pandemia tende a perder ritmo com o encerramento da expansão das políticas assistenciais. Eles destacam que as desigualdades devem ser combatidas por meio de uma distribuição mais justa dos impostos e promoção da produtividade do trabalho dos mais pobres.








































