A Black Friday de 2025, cujo ápice ocorre na próxima sexta-feira (28), deve movimentar um volume recorde de R$ 5,4 bilhões no comércio brasileiro, conforme estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A projeção representa um crescimento de 2,4% em comparação com o ano passado (R$ 5,27 bilhões), após o desconto da inflação do período.
O economista-chefe da CNC, Fabio Bentes, esclareceu que o valor se refere ao impacto das vendas ao longo de todo o mês de novembro, característica da Black Friday no Brasil. A data já se consolidou como a quinta mais importante para o comércio, ficando atrás apenas de Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Pais.
Os setores que devem registrar as maiores vendas são:
Hiper e supermercados: R$ 1,32 bilhão
Eletroeletrônicos e utilidades domésticas: R$ 1,24 bilhão
Móveis e eletrodomésticos: R$ 1,15 bilhão
Vestuário, calçados e acessórios: R$ 950 milhões
Fatores de Crescimento e Impedimentos
A CNC atribui o volume recorde de vendas à melhora em indicadores econômicos, como a desvalorização do dólar (que barateia produtos importados), a perda de força da inflação e o crescimento do emprego e da renda média do trabalhador. A taxa de desemprego atingiu 5,6% no trimestre encerrado em setembro, o nível mais baixo desde 2002.
Por outro lado, o estudo aponta fatores que impedem um crescimento ainda maior da Black Friday:
Juros Elevados: A taxa média de juros das operações de créditos livres para pessoas físicas alcançou 58,3% ao ano, o maior nível para esta época do ano desde 2017.
Endividamento: Pesquisa da própria CNC indica que 30,5% das famílias brasileiras estão com contas em atraso.
Concorrência Externa: A forte concorrência do setor de importações (lojas estrangeiras) também pesa contra as vendas nacionais.
No acompanhamento de 150 preços, a CNC identificou que as categorias de Papelaria (10,14%), Livros (9,02%) e Joias e Bijuterias (9,01%) devem apresentar os maiores descontos.
Cuidados e Alerta Contra Golpes
A temporada da Black Friday exige atenção dos consumidores para evitar armadilhas de golpistas e fraudadores. A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) disponibiliza um guia de orientações, que inclui:
Desconfiar de descontos irreais e comparar preços usando ferramentas on-line.
Checar a reputação da loja, especialmente em plataformas desconhecidas.
Verificar os prazos de entrega e as políticas de reembolso.
Preferir sites seguros que utilizem o protocolo “https”.
Lembrar do direito de arrependimento para compras on-line (até sete dias com reembolso total).
O estudo cita um alerta do site Reclame Aqui, que aponta que 63% dos consumidores não conseguem identificar golpes com Inteligência Artificial (IA). Sinais de fraude incluem vídeos com vozes e falas descompassadas, anúncios com celebridades em contextos incomuns, mensagens muito formais com erros sutis de concordância e imagens ou logotipos distorcidos.








































