O Banco do Brasil (BB) teve queda no lucro líquido ajustado no terceiro trimestre. O balanço divulgado na noite desta quarta-feira (12 de novembro) mostrou que a instituição financeira lucrou R$ 3,785 bilhões. O valor representa uma queda de 60,2% em comparação com o mesmo período do ano passado (julho a setembro de 2024).
O resultado foi pressionado principalmente pela entrada em vigor de novas regras contábeis e pelo aumento da inadimplência. Nos nove primeiros meses do ano, o lucro acumulado do BB totalizou R$ 14,943 bilhões, um recuo de 47,2% em relação a 2024. O lucro trimestral ficou estável em comparação ao segundo trimestre deste ano.
O BB destacou em nota que a geração de receitas está em crescimento, citando o Programa Crédito do Trabalhador. O programa unifica a contratação de crédito consignado para trabalhadores de empresas privadas.
Inadimplência e impacto da contabilidade
O índice de inadimplência, que mede atrasos superiores a 90 dias, subiu para 4,93% no terceiro trimestre. No terceiro trimestre de 2024, o índice era de 4,21%. O aumento é influenciado principalmente pelo agronegócio, segmento em que o Banco do Brasil é líder na concessão de crédito, e pela linha de cartões de crédito.
O resultado também foi afetado por uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) que mudou o modelo de provisões para cobrir possíveis calotes. Pelas novas regras, o banco deixou de reconhecer R$ 1 bilhão em receitas de crédito. O reconhecimento só pode ocorrer agora quando o dinheiro efetivamente entra no caixa (regime de caixa).
Revisão das projeções
Com a pressão no balanço, o Banco do Brasil revisou as projeções para 2025. A estimativa de lucro líquido ajustado foi reduzida, passando para uma nova faixa entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões. A estimativa anterior variava entre R$ 21 bilhões e R$ 25 bilhões.
O custo do crédito, que cobre perdas esperadas com inadimplência, também foi elevado. A nova projeção subiu para um valor entre R$ 59 bilhões e R$ 62 bilhões.
A carteira de crédito ampliada do banco encerrou setembro em R$ 1,279 trilhão. Embora tenha registrado queda de 1,2% no trimestre, apresentou alta de 7,5% em 12 meses. A carteira de Agronegócios, de R$ 398,79 bilhões, registrou alta de 3,2% em um ano.






































