A inflação oficial do país registrou uma forte desaceleração em outubro de 2025. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA de outubro) fechou em 0,09%, um resultado significativamente menor que o 0,48% de setembro. Este patamar é o mais baixo para o décimo mês do ano desde 1998.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com sede no Rio de Janeiro. A principal influência para a redução veio do setor de energia.
Queda na conta de luz puxa o índice
O recuo na conta de luz residencial foi o fator chave para o baixo resultado. A energia elétrica teve uma queda de 2,39% no mês, impactando o IPCA em -0,1 ponto percentual.
A mudança se deveu à migração da bandeira tarifária vermelha, patamar 2, para o patamar 1. No nível mais alto, há um custo extra de R$ 7,87 a cada 100 kilowatts (Kwh) consumidos.
Já a bandeira patamar 1, vigente em outubro, cobrou um adicional menor, de R$ 4,46. A cobrança extra é definida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para cobrir o custo de usinas termelétricas, mais caras que as hidrelétricas.
O grupo Alimentação e Bebidas, de maior peso no orçamento familiar, apresentou estabilidade com uma variação de apenas 0,01%. Isso ocorreu após o grupo acumular quatro meses seguidos de queda.
Acumulado em 12 meses permanece acima da meta
Com o resultado mensal, o IPCA acumulado nos últimos 12 meses atingiu 4,68%. Essa é a primeira vez em oito meses que o indicador fica abaixo da marca de 5%. Em setembro, o acumulado estava em 5,17%.
Apesar da queda, o índice de 4,68% ainda está acima do teto da meta estabelecida pelo governo, que é de 4,5% (meta central de 3% com tolerância de 1,5 ponto percentual). O acumulado marca o 13º mês consecutivo fora do limite superior.
Essa persistência da inflação acima da meta tem sido um dos motivos principais para o Banco Central (BC) manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano. Este é o maior patamar desde julho de 2006.
O juro elevado encarece o crédito e funciona como um freio na economia. Ele desestimula o consumo e os investimentos, reduzindo a procura por bens e serviços e, assim, controlando o avanço da inflação.
O que é o IPCA?
O IPCA é o indicador usado para calcular o custo de vida das famílias brasileiras com rendimentos entre um e 40 salários mínimos. Para seu cálculo, o IBGE coleta preços de 377 produtos e serviços em diversas regiões metropolitanas e capitais do país.









































