Um relatório do centro de estudos Climate Policy Initiative (CPI) da PUC-RJ revelou que os investimentos em ações climáticas no Brasil cresceram significativamente, alcançando US$ 67,8 bilhões em 2023, mais que o dobro do registrado em 2019.
Destaques por Setor
O aumento foi puxado principalmente pelos setores de Energia e de Agropecuária, Florestas e Outros Usos da Terra (AFOLU).
Energia: A expansão da energia solar elevou os investimentos de US$ 9,5 bilhões (média 2020-2021) para US$ 22,4 bilhões (média 2022-2023).
AFOLU: O volume quase dobrou no mesmo período, passando de US$ 14,9 bilhões para US$ 28 bilhões, com foco em culturas sustentáveis, agrossilvicultura e pecuária.
Apesar do crescimento geral, a distribuição dos recursos destaca uma oportunidade subaproveitada: o setor de florestas recebeu apenas 1% do total, com o investimento despencando de US$ 1,5 bilhão em 2019 para US$ 254 milhões em 2023. Segundo o CPI/PUC-Rio, as florestas precisam ser compreendidas como “ativos centrais” para combater as mudanças climáticas de forma mais eficaz.
Fontes e Destinação
As fontes domésticas foram responsáveis por 90% do total de investimentos mapeado entre 2019 e 2023.
Fonte de Financiamento Participação e Destaques
Privada Responsável por mais de dois terços dos recursos em 2022 e 2023. Destaque para instituições financeiras, domicílios e empresas.
Pública Liderada pelo governo federal (média de US$ 6,6 bilhões) e pelo BNDES (média de US$ 7,2 bilhões).
A maior parte dos recursos foi destinada à mitigação das mudanças climáticas (redução de emissões), que representou 79% do total. A parcela destinada à adaptação ficou em 7%, e objetivos duplos somaram 11%.
Embora ainda minoritários, os investimentos em perdas e danos cresceram significativamente, passando de US$ 0,2 bilhão em 2019 para US$ 2,2 bilhões em 2023. Em 2024, após a tragédia climática no Rio Grande do Sul, o valor atingiu US$ 8,1 bilhões.
O mapeamento serve como uma linha de base para monitorar o alinhamento dos investimentos à agenda climática, especialmente diante do compromisso anunciado na COP29 de mobilizar US$ 300 bilhões até 2035 globalmente.








































