O salário médio dos profissionais de animação no Brasil encolheu 12,1% no período de 2019 a 2025. O valor passou de R$ 7.980 para R$ 7.010. A desvalorização foi detalhada no 2º Mapeamento da Animação no Brasil, realizado pelo Instituto Iniciativa Cultural. O levantamento ressalta que a maioria atua como freelancer e trabalha sem as garantias trabalhistas.
Setor dominado por freelancers sem direitos
Os profissionais de animação, em sua maioria, atuam em pequenas empresas e não possuem vínculo empregatício formal. O estudo considera essenciais as verbas federais diretas e indiretas para a viabilidade dos projetos do setor.
A pesquisa, financiada pelo Ministério da Cultura através da Lei Paulo Gustavo e da Spcine, ouviu 466 participantes, incluindo estúdios, produtoras e prestadores de serviços individuais.
Desafios e oportunidades do mercado
A coordenadora da pesquisa, Alessandra Meleiro, informou à Agência Brasil que os profissionais de animação brasileiros não têm ultrapassado as fronteiras geográficas. Apenas 2% dos freelancers prestam serviço exclusivamente para companhias do exterior.
Cerca de 53% prestam serviço simultaneamente para empresas nacionais e estrangeiras, mas a mão de obra é aproveitada majoritariamente pelas brasileiras, em 69% dos casos.
Entre os países que mais prestam serviço ao Brasil no setor estão Estados Unidos, Argentina, França, Índia e Peru. A baixa proporção de atuação externa é explicada pelo câmbio desfavorável e a grande disponibilidade de talentos nacionais.
Carência de profissionais especializados
Apesar da queda salarial, predominam na área profissionais experientes, com carreira de dez a 20 anos ou mais. O domínio de técnicas de inteligência artificial (IA) e animação digital 2D tradicional tem crescido no período.
Em contraste, técnicas como stop motion e motion graphics caíram pela metade, sendo menos empregadas atualmente.
Para quem busca uma carreira na área, o Mapeamento lista os cargos mais difíceis de preencher devido à escassez de especialistas:
Animador e rigger: Profissional que domina a técnica de animação em 3D e simula articulações dos personagens.
Diretor de animação: Gerencia o trabalho e precisa compreender todas as etapas da produção audiovisual.
Produtor executivo: Atua para garantir patrocínio e outras fontes de dinheiro para o andamento do projeto.
Alessandra Meleiro avalia que o Brasil tem um potencial inexplorado. Ela aponta que a ausência dos profissionais em eventos da área pode estar impedindo que eles tenham o trabalho valorizado e consigam ganhar em dólar. “São onde acontece oportunidade de negócios, de coprodução, networking”, concluiu.









































