A taxa de desemprego no Brasil atingiu 5,6% no trimestre encerrado em setembro de 2025, repetindo a menor taxa da série histórica iniciada em 2012, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgados nesta sexta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda reflete um cenário de renda em alta, mercado formal fortalecido e crescimento em setores estratégicos como agropecuária e construção civil.
De acordo com o IBGE, o número de desempregados caiu para 6,045 milhões de pessoas, o menor desde o início da pesquisa. Em comparação com o mesmo trimestre de 2024, houve redução de 11,8%, o que representa menos 809 mil pessoas sem trabalho.
Renda recorde e estabilidade na ocupação
A massa de rendimento médio real dos trabalhadores brasileiros alcançou R$ 354,6 bilhões, um novo recorde histórico. O valor representa alta de 5,5% em um ano, equivalente a R$ 18,5 bilhões a mais circulando na economia.
“O nível de ocupação em patamares elevados indica a sustentabilidade da retração do desemprego ao longo de 2025”, destacou Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE.
O rendimento médio real habitual também atingiu valor recorde, com crescimento anual de 4%. Os maiores aumentos foram observados em agropecuária (6,5%), construção (5,5%), atividades financeiras e administrativas (3,9%), administração pública e saúde (4,3%) e serviços domésticos (6,2%).
Setores que impulsionaram o emprego
Mesmo com estabilidade no total de trabalhadores ocupados — cerca de 102,4 milhões de pessoas —, houve expansão expressiva na agropecuária e na construção civil, com mais de 500 mil novos postos de trabalho somados entre os dois setores.
A agropecuária registrou alta de 3,4%, incorporando 260 mil trabalhadores, enquanto a construção cresceu na mesma proporção, com 249 mil novos empregos. Por outro lado, houve redução no comércio e nos serviços domésticos, com queda de 1,4% e 2,9%, respectivamente.
Trabalho formal em alta e informalidade em queda
O número de empregados com carteira assinada no setor privado chegou a 39,2 milhões, o maior da história. Já o número de trabalhadores informais ficou em 38,7 milhões, correspondendo a 37,8% da população ocupada, um leve recuo em relação a 2024.
O total de empregados no setor público atingiu 12,8 milhões, com alta de 2,4% no ano, enquanto o contingente de trabalhadores por conta própria cresceu 4,1%, alcançando 25,9 milhões de pessoas.
Subutilização e desalento em queda
A taxa composta de subutilização — que inclui desocupados, subocupados e força de trabalho potencial — caiu para 13,9%, o menor nível da série histórica. O número de subocupados por insuficiência de horas chegou a 4,5 milhões, e o de desalentados caiu para 2,6 milhões, uma redução expressiva frente aos 5,8 milhões registrados em 2021, no auge da pandemia.
Metodologia e próxima divulgação
A Pnad Contínua é o principal instrumento de monitoramento da força de trabalho do país, com entrevistas realizadas em 211 mil domicílios por trimestre. A coleta de dados voltou a ser presencial em 2021, após período de aplicação telefônica durante a pandemia.
Os resultados completos estão disponíveis no portal do IBGE, e a próxima divulgação da pesquisa — referente ao trimestre encerrado em outubro — ocorrerá em 28 de novembro.









































