A indústria brasileira de máquinas e equipamentos registrou crescimento em setembro, com a receita líquida de vendas alcançando R$ 27,2 bilhões, um aumento de 11,2% em relação ao mesmo período de 2024. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (29) pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
Em relação às exportações de maquinário, houve um aumento de 1,8% em setembro, na comparação anual. No acumulado do ano, o setor conseguiu manter o mesmo patamar de 2024, mesmo enfrentando o “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos.
Mudança nos mercados de destino
O aumento nas exportações ocorreu devido à mudança nos principais destinos das vendas, que compensaram a queda nos EUA:
América do Norte: Queda de 8,9% nas vendas.
Europa: Crescimento de 4,8%.
América do Sul: Aumento expressivo de 18,5%.
Na América do Sul, o destaque foi a Argentina, que elevou as importações de máquinas brasileiras em 44,3%, puxada pelos setores de agricultura e construção civil.
A queda nas exportações para os Estados Unidos foi de 10% em setembro e de 8,2% no acumulado anual, refletindo o impacto das novas tarifas. O coordenador de economia e estatística da Abimaq, Leonardo Gatto, explicou que o “impacto do tarifaço é muito recente” e que as empresas estão esperando os próximos meses antes de considerar desinvestimentos.
Inicialmente, a Abimaq projetava uma queda de 15% nas exportações totais, partindo da premissa de que as vendas para os EUA poderiam zerar, o que não se concretizou. Agora, a associação projeta uma queda total de 4,2% nas exportações no ano, com a queda para os EUA estimada em 24,4%. A entidade alertou que um impacto mais agressivo pode ocorrer se o tarifaço de Donald Trump “perdurar muito”.
No cenário político, o Senado dos EUA aprovou, na véspera, uma legislação para anular as tarifas contra o Brasil, mas a medida deve ser arquivada na Câmara dos Deputados, controlada pelos republicanos.







































