As contas públicas do Brasil fecharam o mês de agosto com um saldo negativo. O setor público consolidado, que engloba a União, estados, municípios e empresas estatais, registrou um déficit primário de R$ 17,255 bilhões no mês passado. Este número representa a diferença negativa entre despesas e receitas, sem contabilizar os gastos com juros da dívida.
Apesar do resultado negativo em agosto de 2025, houve uma redução no déficit em comparação com o mesmo mês do ano anterior, quando o saldo foi de R$ 21,425 bilhões negativos. Essa melhora ocorreu devido a um crescimento nas receitas em ritmo superior ao das despesas. Os dados fazem parte das Estatísticas Fiscais, divulgadas pelo Banco Central (BC) nesta terça-feira, 30 de setembro de 2025, em Brasília.
Resultado anual e dívida pública
No acumulado de 2025, o setor público consolidado registra um déficit de R$ 61,792 bilhões. Este resultado também representa uma melhora em relação ao ano passado, quando o déficit acumulado nos oito primeiros meses era de R$ 86,222 bilhões.
Em 12 meses encerrados em agosto, o acumulado é de R$ 23,123 bilhões negativos, o equivalente a 0,19% do Produto Interno Bruto (PIB).
Em relação ao endividamento, a dívida líquida do setor público atingiu R$ 7,969 trilhões em agosto, o que corresponde a 64,2% do PIB. O aumento se deve ao déficit nominal do mês, aos juros nominais e à apreciação cambial de 3,1%, já que o país é credor em moeda estrangeira.
Esferas de governo e conta de juros
Em agosto, o Governo Central (União) teve um déficit primário de R$ 15,934 bilhões, uma redução frente ao resultado negativo de R$ 22,329 bilhões em 2024. Já os governos regionais (estaduais e municipais) contribuíram para aumentar o déficit das contas públicas, registrando saldo negativo de R$ 1,314 bilhão.
Os gastos com juros ficaram em R$ 74,261 bilhões no mês passado. Em agosto de 2025, as operações de swap cambial (venda de dólares no mercado futuro) realizadas pelo BC geraram ganhos de R$ 19,9 bilhões. Sem o efeito desses ganhos, a conta de juros teria um aumento significativo devido à alta taxa Selic e ao próprio crescimento da dívida no período.