A queda na inflação em agosto foi mais perceptível para as famílias de baixa renda, segundo o boletim mensal “Inflação por Faixa de Renda” do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Enquanto a deflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 0,11%, o custo de vida para famílias com renda mensal de até R$ 2.202,02 teve um recuo de 0,29%. Para famílias com renda acima de R$ 22 mil, a inflação ficou em 0,10%.
De acordo com a autora da pesquisa, Maria Andreia Parente Lameiras, as famílias mais pobres sentiram um alívio maior no orçamento porque consomem mais itens como alimentos e energia elétrica. A queda de preços de cereais, tubérculos, café e proteínas animais, somada ao desconto na conta de luz proporcionado pelo Bônus de Itaipu, contribuiu para a deflação mais acentuada. Para as faixas de renda mais altas, a queda de preços nesses itens foi compensada por aumentos em serviços, como alimentação fora de casa e recreação.
No acumulado dos últimos 12 meses, a situação se inverte, e as famílias mais pobres sentem o peso maior da inflação. Para a faixa de renda mais baixa, o aumento de preços chega a 5,23%, enquanto para a renda mais alta a inflação acumulada é de 5%. O IPCA acumulado em 12 meses alcança 5,13%, valor acima da meta estabelecida pelo governo, que é de 4,5%.