A parceria comercial entre Brasil e China tem gerado um crescimento significativo de empregos formais na economia brasileira. De acordo com um estudo divulgado pelo Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), a expansão de postos de trabalho ligados à exportação para a China alcançou 62% entre 2008 e 2022. O levantamento foi divulgado na semana de 13 de setembro de 2025.
O estudo, publicado pela Agência Brasil em reportagem de Bruno de Freitas Moura no Rio de Janeiro, mostra que esse crescimento superou as expansões com outros parceiros como Estados Unidos (32,3%), Mercosul (25,1%) e União Europeia (22,8%). Já nas atividades de importação, os empregos relacionados ao comércio com a China cresceram 55,4% no mesmo período.
O crescimento dos empregos no comércio
A análise revelou que, nas atividades de importação, a China é a maior empregadora do Brasil, superando a União Europeia com mais de 5,567 milhões de postos de trabalho em 2022. Esse foi o primeiro ano em que a parceria sino-brasileira liderou o ranking de empregos nesse setor.
No lado das exportações, o comércio com a China empregava mais de 2 milhões de pessoas, mas fica atrás dos demais parceiros em número absoluto de vagas. A analista do CEBC, Camila Amigo, explicou que isso se deve ao perfil da pauta de exportação, dominada por produtos agropecuários e minerais, que geram menos empregos por serem setores altamente mecanizados.
Impacto macroeconômico e o futuro da relação
A China é o principal parceiro econômico do Brasil, representando 28% das vendas externas e 24% das importações em 2024. A parceria tem gerado um superávit para o Brasil, acumulando um saldo positivo de US$ 276 bilhões em dez anos, o que corresponde a 51% do superávit total do país com o mundo.
Camila Amigo ressalta que a relação entre os dois países é estratégica e se baseia na complementaridade. A China depende do Brasil como fornecedor de alimentos e minerais, enquanto o Brasil importa produtos importantes e acessa o maior mercado consumidor global. O futuro da relação deve buscar a diversificação das exportações e a inclusão socioeconômica.