O investimento global em merenda escolar mais que dobrou entre 2020 e 2024, passando de US$ 43 bilhões para US$ 84 bilhões. A medida beneficiou 80 milhões de crianças que não tinham acesso a esse tipo de alimentação. A informação é do relatório “O Estado da Alimentação Escolar no Mundo”, divulgado nesta quarta-feira, 10 de setembro de 2025, pelo Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (WFP).
Segundo o relatório, o número de crianças que recebem merenda escolar subiu para 466 milhões em 2024, um aumento de 20% em quatro anos. O avanço foi mais expressivo em países de baixa renda e no continente africano.
Retorno e impactos da merenda
O estudo reforça que as refeições escolares melhoram o aprendizado e o desempenho cognitivo dos alunos. Segundo o diretor do WFP no Brasil, Daniel Balaban, a merenda fornece os nutrientes necessários para que as crianças tenham um melhor desempenho em sala de aula.
Além disso, o investimento em merenda traz retornos financeiros e sociais. O relatório estima que cada US$ 1 investido gera entre US$ 7 e US$ 35 em benefícios econômicos, gerando cerca de 7,4 milhões de empregos em cozinhas escolares, logística e agricultura.
Protagonismo brasileiro
O Brasil é apontado como referência no tema, com o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), um dos maiores do mundo. O programa fornece refeições diárias a quase 40 milhões de alunos e se destaca pela obrigatoriedade de comprar pelo menos 30% dos alimentos de agricultores familiares, o que impulsiona as economias locais.
O país também é um dos presidentes da Coalizão para a Alimentação Escolar, que reúne mais de 100 governos, e criou o Centro de Excelência contra a Fome, em 2011, que apoia mais de 80 países.