A taxa média de juros no Brasil ficou em 31,4% ao ano no mês de julho, com uma leve queda de 0,2 ponto percentual em relação ao mês anterior. Os dados, divulgados pelo Banco Central (BC), mostram que, apesar da pequena retração, a taxa continua em um nível elevado, com um aumento de 3,6 pontos percentuais nos últimos 12 meses. O cenário de juros altos reflete a elevação da Selic, a taxa básica de juros da economia, que está em 15% ao ano.
O Banco Central justifica a manutenção da Selic em patamar elevado como uma estratégia para controlar a inflação. Juros mais altos encarecem o crédito e incentivam a poupança, o que faz com que as pessoas consumam menos e os preços caiam. A previsão é que a Selic permaneça em 15% ao ano até o fim de 2025.
Destaque para o crédito livre e rotativo
No segmento de crédito livre para famílias, a taxa média chegou a 57,7% ao ano, com uma pequena redução mensal. Essa queda se deve, principalmente, às taxas de crédito pessoal não consignado e de cartão de crédito parcelado. No entanto, o juro do cartão de crédito rotativo subiu significativamente, atingindo 446,6% ao ano, uma das taxas mais altas do mercado.
O crédito rotativo é acionado quando o consumidor não paga o valor total da fatura do cartão. A modalidade, que dura 30 dias, faz com que o cliente contraia um empréstimo com juros sobre o valor pendente. Nas empresas, a taxa média do crédito livre subiu para 25% ao ano.
Saldos de empréstimos e endividamento
O estoque total de empréstimos concedidos pelos bancos no país chegou a R$ 6,715 trilhões em julho, com um aumento de 0,4% no mês. O crescimento é impulsionado principalmente pelo crédito para famílias, que subiu 0,6%, totalizando R$ 4,173 trilhões. O crédito para empresas, no entanto, teve uma pequena queda.
Apesar dos juros altos, a inadimplência se mantém estável, em 3,8% em julho. O endividamento das famílias, que mede a relação entre as dívidas e a renda, ficou em 48,7% em junho, enquanto o comprometimento da renda, que indica o valor gasto para pagar dívidas, foi de 27,6%.