A Petrobras confirmou, nesta sexta-feira (8), que o interesse em retornar à venda direta de gás de cozinha é motivado pela alta margem de lucro do setor. Em entrevista, a presidente da estatal, Magda Chambriard, criticou a decisão do governo anterior de se afastar de áreas de negócio rentáveis, como o etanol e o gás.
“Por que vamos fechar essa porta? Deixa a porta aberta”, declarou Chambriard. A executiva destacou um crescimento de 188% na margem líquida das distribuidoras de gás entre 2019 e 2023, segundo dados de uma nota técnica da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). O valor passou de R$ 285,22 por tonelada (t) para R$ 821,90/t no período.
Retorno ao mercado e planos para o futuro
A decisão de voltar à distribuição de gás de cozinha acontece após a Petrobras ter vendido sua subsidiária Liquigás em 2020. Na época, a justificativa era focar na redução de dívidas e na exploração de petróleo e gás. O governo atual, principal acionista da empresa, manifestou preocupação com o preço final do botijão, o que reforça a nova estratégia da estatal.
Além do gás, a nova diretora de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Angélica Laureano, mencionou o interesse da empresa no mercado de etanol, visto como um setor estratégico de baixo carbono. A companhia busca parcerias com grandes empresas, mas com participação minoritária, para expandir sua atuação.
A Petrobras também anunciou o seu balanço do segundo trimestre de 2025, com lucro líquido de R$ 26,7 bilhões. A empresa distribuirá R$ 8,66 bilhões em dividendos e Juros sobre Capital Próprio (JCP) a seus acionistas.