O Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou que o Brasil inicie uma consulta formal na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra o aumento de tarifas imposto pelos Estados Unidos. A medida é o primeiro passo para contestar a sobretaxa de 50% que o governo de Donald Trump prevê aplicar sobre cerca de 35% das exportações brasileiras a partir de 6 de agosto.
Segundo o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, a decisão sobre como e quando acionar formalmente a OMC caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A consulta é uma fase inicial de negociação; se não houver um acordo, o Brasil pode solicitar a instalação de um painel de arbitragem.
Reuniões com Setores Afetados
O governo continua se reunindo com os setores que serão impactados pela tarifa, como carne, café e frutas. O objetivo é buscar formas de reduzir a alíquota ou excluir esses produtos da lista. Alckmin mencionou também a busca por novos mercados, citando a União Europeia e o Reino Unido como possíveis destinos para os produtos brasileiros.
Em uma das reuniões, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescado (Abipesca), Eduardo Lobo, expressou insatisfação. Ele classificou o encontro como “mais do mesmo” e criticou a falta de medidas eficazes e imediatas para mitigar os impactos e garantir a manutenção de empregos.
Alckmin, por sua vez, garantiu que um plano de contingência está sendo finalizado para atender às demandas dos setores afetados, com medidas como crédito e a possibilidade de compras governamentais. O ministro também anunciou que o programa Acredita Exportação, que devolve 3% do valor exportado para pequenas empresas, já está em vigor.