O Governo de Rondônia evidenciou, nesta sexta-feira (1º), a resiliência da economia rondoniense diante da possível entrada em vigor do tarifaço imposto pelos Estados Unidos ao Brasil. A nova taxação americana, prevista para começar no dia 6 de agosto, preocupa estados exportadores, mas Rondônia garante que tem estrutura para enfrentar o cenário.

De acordo com o governador Marcos Rocha, Rondônia envia apenas uma pequena parte de sua produção para os EUA. “Ampliamos muito nossas parcerias internacionais nos últimos anos, o que nos posiciona de forma mais segura frente ao tarifaço”, afirmou.
Impactos para Rondônia
O secretário de Finanças, Luís Fernando Pereira, explicou que as vendas para os EUA representam menos de 5% das exportações rondonienses. “Constitucionalmente, a exportação não gera ICMS, então o impacto direto na arrecadação é baixo”, detalhou.

O alerta, segundo o secretário, está no efeito indireto: uma redução no fluxo de dólares no país pode pressionar o câmbio, elevar preços de combustíveis, insumos e aumentar a inflação. “Isso encarece produtos, pressiona a taxa de juros, inibe investimentos e ameaça a economia nacional entrar em recessão”, disse.
Mais mercados, menos riscos
De acordo com levantamento da Coordenação de Geointeligência de Dados Econômicos, vinculada à Sedec, Rondônia saltou de 41 países parceiros em 2000 para 116 países em 2024. O economista da Sefin, Kleyve Jorge, explicou que a pulverização reduz o risco. “Com mais parceiros, mesmo que haja restrições em um mercado, há como reorganizar exportações”, apontou.
A carne bovina, por exemplo, já é comprada em grande volume pelo Chile, enquanto o Peru é importante destino do tambaqui. O mercado andino, com cerca de 10 milhões de habitantes, é uma alternativa estratégica. Além disso, o mercado interno também absorve parte da produção.
Alternativas e oportunidades
O secretário Luís Fernando orientou cautela. “Diante da tensão, Rondônia pode aproveitar vantagens logísticas para o mercado asiático, usando a rota do Pacífico, o que a torna mais competitiva que outros estados”, disse. Segundo ele, a expectativa é que Rondônia mantenha o crescimento econômico com geração de negócios e empregos.
O SefinCast #010, disponível neste link, detalha os possíveis impactos e as estratégias do estado.
Ações do Governo
Rondônia investe em missões internacionais, capacitações gratuitas e incentivo a cadeias produtivas como café, cacau, tambaqui, carne bovina e grãos. O estado é o 2º do país em projeção de crescimento do PIB em 2025, possui a 2ª menor taxa de desemprego e segue batendo recordes de abertura de empresas e volume de exportações.