As contas externas do Brasil fecharam o mês de junho de 2025 com um saldo negativo de US$ 5,1 bilhões, conforme relatório divulgado pelo Banco Central (BC) nesta sexta-feira (25). Esse valor representa um aumento de 50% em relação ao déficit registrado no mesmo período do ano passado, e é o maior saldo negativo para um mês de junho desde 2014, quando atingiu US$ 5,4 bilhões.
No acumulado de 12 meses até junho, o déficit total das contas externas soma US$ 73,1 bilhões, o equivalente a 3,42% do Produto Interno Bruto (PIB). Em maio, esse valor era de US$ 71,4 bilhões (3,35% do PIB), e em junho de 2024, estava em US$ 28,893 bilhões (1,28% do PIB).
Principais fatores para o déficit
O resultado negativo foi principalmente influenciado por dois fatores:
Renda primária: o déficit na conta de renda primária, que inclui lucros, dividendos e juros remetidos ao exterior, aumentou de US$ 4,9 bilhões em junho de 2024 para US$ 6,2 bilhões em junho de 2025.
Serviços: o déficit na conta de serviços, que engloba gastos com viagens internacionais, fretes e seguros, também contribuiu negativamente, passando de US$ 4,4 bilhões em junho de 2024 para US$ 4,5 bilhões em junho de 2025. Os gastos de brasileiros no exterior, por exemplo, somaram US$ 1,3 bilhão, 17% acima do registrado no mesmo período do ano passado.
A balança comercial (exportações menos importações de bens), por sua vez, registrou um superávit de US$ 5,4 bilhões em junho, uma leve queda em relação aos US$ 5,7 bilhões de junho de 2024, mas ainda positiva.
Investimento estrangeiro e dívida externa
O relatório do Banco Central também indicou que os investimentos estrangeiros diretos no Brasil somaram US$ 2,8 bilhões em junho, menos da metade do valor registrado em junho de 2024. No acumulado de 12 meses, o investimento direto no país (IDP) totalizou US$ 67,017 bilhões, equivalente a 3,14% do PIB.
Em relação à dívida externa bruta, o Brasil atingiu US$ 364,272 bilhões em junho de 2025, um avanço em relação aos US$ 359,604 bilhões de maio. A maior parte dessa dívida (US$ 271,193 bilhões) é de longo prazo, o que é geralmente visto como um sinal de maior previsibilidade. As reservas internacionais, por sua vez, encerraram junho em US$ 344,440 bilhões, com um aumento de US$ 2,981 bilhões no mês.