O brasileiro tem migrado da televisão por assinatura para os serviços de vídeo por streaming, conforme dados divulgados nesta quinta-feira, 24 de julho de 2025, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De um total de 75,2 milhões de lares com televisor no país, 43,4% (equivalente a 32,7 milhões) já utilizam plataformas de streaming. Em contrapartida, o número de casas com TV por assinatura caiu para 18,3 milhões, representando 24,3% das residências com TV.
Queda da TV paga
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), que coletou dados no último trimestre de 2024, constatou o menor número de domicílios com TV paga desde o início da pesquisa em 2016. Em oito anos, o serviço de TV por assinatura registrou uma queda de 22,2 milhões para 18,3 milhões de lares. Proporcionalmente, a adesão caiu de 33,9% em 2016 para 24,3% em 2024.
O IBGE identificou uma inversão nos motivos para não ter TV por assinatura. Em 2016, 56,1% consideravam o preço alto, caindo para 31% em 2024. Já a falta de interesse pelo serviço saltou de 39,1% para 58,4% no mesmo período. O analista do IBGE, Gustavo Geaquinto Fontes, sugere que o desinteresse pode estar relacionado à ascensão de outras formas de consumir entretenimento, como o streaming.
Expansão do streaming
O número de domicílios com serviço de streaming de vídeo cresceu de 31 milhões em 2022 para 32,7 milhões em 2024. Nesses lares, residem cerca de 95,1 milhões de pessoas. O streaming oferece acesso sob demanda a filmes, séries, desenhos, programas jornalísticos e eventos esportivos, exceto programações ao vivo.
A pesquisa do IBGE também mostrou que 86,9% das casas com serviço de streaming pago também tinham acesso à TV aberta em 2024, uma pequena redução em relação aos 93% de 2022. Em 39,7% dos lares com streaming, havia acesso a canal de TV paga, comparado a 41,5% em 2022. Notavelmente, 8,2% dos lares não possuíam televisão aberta ou fechada, utilizando exclusivamente canais de streaming, um aumento em relação aos 4,7% de 2022.
A pesquisa ainda aponta uma associação entre renda e presença de streaming. Domicílios com o serviço digital apresentam rendimento médio mensal por pessoa de R$ 2.950, enquanto aqueles sem essa modalidade têm rendimento médio de R$ 1.390. Há também desigualdades regionais, com Sul (50,3%), Sudeste (48,6%) e Centro-Oeste (49,2%) com maior adesão, comparado a 30,1% no Nordeste e 38,8% no Norte.
Aparelhos de TV
O levantamento do IBGE revela uma pequena diminuição na proporção de casas com aparelhos de televisão, de 97,2% em 2016 para 93,9% em 2024. Contudo, em números absolutos, houve crescimento, passando de 65,5 milhões para 75,2 milhões de domicílios. Em 2024, 86,5% dos lares recebiam sinal analógico ou digital de TV aberta, e 21,3% utilizavam antena parabólica. Apenas 1,5% dos lares brasileiros dependiam exclusivamente de parabólicas para assistir TV.