O segundo dia do Duelo na Fronteira, realizado neste sábado (15) em Guajará-Mirim, levou o público a uma imersão na espiritualidade e na força simbólica da floresta amazônica. O Boi-Bumbá Flor do Campo, criado em 1981, entrou na arena antes das 23h com o tema “Clamor – o lamento da floresta”, transformando o bumbódromo em um território sagrado marcado por cores, tambores e mensagens de resistência.
Guiado pela toada “O Clamor da Floresta”, o espetáculo denunciou a devastação ambiental e celebrou a vida que resiste, reforçando a relação ancestral entre os povos da região e o território amazônico. Dançarinas evocaram o renascimento da floresta, enquanto brincantes desfilaram com indumentárias inspiradas em raízes, galhos e aves, como garças e araras, simbolizando a interdependência entre humanidade e natureza.
A diretora executiva da agremiação, Rosa Solani, destacou que o enredo é um apelo ao cuidado com o território e um alerta sobre os impactos da degradação ambiental. A apresentação também reverenciou figuras como Chico Mendes e homenageou povos originários, ressaltando a importância de aldeias, cacicas e trabalhadores da floresta.
Entre os destaques visuais, a serpente mística surgiu conduzida por brincantes, representando as forças ancestrais da Amazônia. Personagens tradicionais, como a Sinhazinha do Campo e o seringueiro, reforçaram a narrativa sobre a necessidade de manter a floresta viva.
Ao final da apresentação, o boi desceu da arena para um encontro simbólico com o público, reafirmando a conexão da agremiação com a comunidade local. Com cerca de 300 brincantes e 21 itens oficiais, o Flor do Campo emocionou a torcida vermelha e reforçou seu compromisso histórico com a preservação ambiental.
O festival segue neste domingo (16), quando Flor do Campo e Malhadinho voltam à arena para o confronto direto. A apuração está marcada para segunda-feira (17), com transmissão ao vivo pelo canal 7.2 da TV Assembleia e pelo YouTube.











































