A poesia que nasce da rua, da periferia e das vozes que não se calam diante das desigualdades agora encontra seu espaço nas telas. “Slam: Poesia da Periferia de Porto Velho” é um documentário que faz o retrato vivo de como a palavra falada se transforma em resistência, afeto e futuro.
A obra acompanha as trajetórias de três jovens poetas de Porto Velho — Carla Letícia, articuladora cultural e organizadora de batalhas de rima; Cauã Bonfim, poeta e MC da Zona Leste; e Maria Fins, que escreve sobre corpo, liberdade e cotidiano.
Suas vozes se entrelaçam com a de Wil Guilherme, pessoa negra, não binária e slammer, que assume a direção e a narração do filme, conduzindo histórias e experiências que revelam a potência transformadora da palavra falada.
Com um olhar sensível, Wil costura relatos íntimos e performances que mostram como o Slam em Porto Velho vai além de uma competição de poesia falada: afirma-se como espaço de encontro, denúncia e criação coletiva.
“Este filme é sobre as vozes que nascem da periferia e ganham o mundo. O Slam é resistência e também é futuro”, destacou Wil Guilherme.
Estreia no Teatro Banzeiro
A estreia acontece no Teatro Banzeiro, no dia 8 de setembro, às 20h, em sessão aberta ao público e com acessibilidade em Libras. Parte das vagas será reservada a estudantes, professores e profissionais da saúde, reforçando o compromisso do projeto com a democratização da cultura.
A produtora executiva Val Barbosa ressalta que o documentário não se limita a mostrar poesia, mas busca incluir socialmente e politicamente diferentes públicos.
“A produção é também um ato político. Garantir acessibilidade e levar o filme para escolas é democratizar a arte e a memória da nossa cidade”.
Slam nas escolas
Além da exibição oficial, o documentário terá sessões especiais em escolas públicas:
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Escola João Bento da Costa (Zona Sul) – 10/09, das 8h às 10h (100 alunos)
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Escola Daniel Neri (Zona Leste) – 10/09, das 14h às 15h30 (90 alunos)
Um olhar da periferia para o mundo
A diretora de arte Géssica Castro comenta sobre a percepção visual do documentário, que vai além da cena local e dá visibilidade às vozes que nascem nas periferias de Porto Velho.
“Buscamos traduzir visualmente a cara de Porto Velho: cores, poeira, placas, ônibus, a cidade pulsando poesia. É um retrato urbano-beradeiro.”