SEXTA-FEIRA, 26/12/2025

Em destaque

Pesquisador investiga cartas escritas por indígenas em 50 anos

Mais de 1,1 mil documentos foram analisados para tese de doutorado

Por Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil* - 44

Publicado em 

Julia Prado/CGCOM/CAPES

“Acho que o problema do índio não é só da Funai e não é só do governo. O problema do índio é de todos os brancos”. Este é um trecho da carta aberta escrita por um dos principais líderes indígenas do país, Megaron Txucarramãe, do povo Kayapó, para o Brasil, em 1º de novembro de 1980. Divulgada em plena ditadura militar, a carta traz questões discutidas entre povos indígenas e a responsabilização dos órgãos de governo e da sociedade.

Outro trecho da carta traz assuntos que ainda hoje são críticos no Brasil, construções que impactam territórios indígenas e ameaças à saúde desses povos: “em 1973 para 1974, pessoal pegou sarampo na estrada e levou para Jarina. Sarampo matou muita gente. Para branco a estrada é muito boa, mas para nós não foi muito boa, porque pela estrada chega doença para índio”, diz o documento.

Esta é uma das mais de 1,1 mil cartas analisadas na tese Retomar o Brasil: um estudo das cartas escritas pelos povos indígenas nos últimos 50 anos, de Rafael Xucuru-Kariri (foto em destaque), doutor em ciências sociais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). A tese é um recorte do projeto As Cartas dos Povos Indígenas ao Brasil, coordenado pela professora da UFBA Suzane Lima Costa, que pode ser acessado na internet e reúne as cartas escritas por esses povos a presidentes, a autoridades, a organizações e lideranças nacionais e internacionais, desde o século 17.

No dia 12 de dezembro, Xucuru-Kariri venceu o prêmio Lélia Gonzales, consagrando-se como o primeiro indígena a receber uma das principais condecorações do Prêmio Capes de Tese 2024, que reconhece os melhores trabalhos de conclusão de doutorado defendidos no Brasil. Ao todo são três as premiações máximas. O prêmio que recebeu da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), autarquia vinculada ao Ministério da Educação (MEC), é referente ao colégio de humanidades.

Na tese, Xucuru-Kariri mapeia as cartas escritas entre 1972 e 2022 e analisa quem escreve, quem são os destinatários, os assuntos e o contexto de escrita das correspondências públicas indígenas. Ao longo do tempo escolhido para a análise, ele observa também mudanças tecnológicas, com as cartas passando a ser digitalizadas a partir dos anos 2000. Com o avanço da tecnologia e também com o aumento dos índices de alfabetização, mais cartas foram escritas.

Em relação aos assuntos abordados, segundo a pesquisa, a maior parte das cartas do período tratam de terra (479), seguido por violência (211), saúde (198), educação (134) e meio ambiente (83).

Para Xucuru-Kariri, as cartas buscam trazer para o debate público assuntos que muitas vezes não têm espaço e servem também para expor as visões de mundo, os pensamentos e sentimentos desses povos. O estudo que fez derruba ainda um dos mitos que se tem no Brasil, de acordo com o pesquisador, que é de que os indígenas não tem uma produção escrita.

“É uma história que a gente acredita que ainda precisa ser contada, porque em geral não se ouve a voz indígena, não se ouve que pessoas e povos passaram para derrubar inclusive muitos dos mitos que o Brasil acredita sobre povos indígenas. Um deles é que não escrevemos, que nós não escreveríamos. E a tese demonstra justamente isso, que há, na verdade, uma escrita, uma escrita muito profunda, uma escrita de grande quantidade de povos indígenas e há refinadas formas também de interpretar o Brasil, como intelectuais, como filósofos, como pensadores sobre o país. Então, boa parte dessas cartas estão falando um pouco dessa interpretação sobre ser indígena, sobre viver e morrer sendo indígena no Brasil”, diz Xucuru-Kariri.

Escrevendo cartas 

O pesquisador conta que as cartas sempre fizeram e ainda fazem parte da própria história. Ele integra a primeira geração de indígenas alfabetizados em massa no Brasil, o que ocorreu a partir da Constituição de 1988. Os pais dele eram funcionários da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e a casa da família era frequentada por diversas lideranças indígenas. Por já saber ler e escrever, Xucuru-Kariri foi, ele mesmo, redator de muitas cartas.

“Nossa casa era sempre rodeada por muitas lideranças, muitas pessoas discutindo, principalmente ali no extremo sul da Bahia, onde a gente foi criado. A gente escutava e debatia muito com Pataxós, Pataxós  Hã-Hã-Hãe e Tupinambás. Eles estavam sempre lá em casa discutindo, falando sobre o movimento indígena. Como eu já tinha passado por esse processo de letramento e sabia datilografar – na época, nem eram computadores, eram aquelas máquinas de datilografar -, eu redigia muitas dessas cartas, com demandas sobre postos de saúde, escolas e demandas variadas nas aldeias”, diz.

Mesmo conhecendo de perto os documentos e os processos de escrita, Xucuru-Kariri nunca tinha pensado em estudar essas cartas até conhecer o projeto de Suzane Lima Costa, do qual hoje faz parte. “Eram reflexões óbvias, mas que ninguém tinha. Que esses povos, essas pessoas, escreviam e escrevem muitas cartas públicas”, diz.

“Você tem todas essas cartas do passado, mostrando como a história indígena e, portanto, a história brasileira, é muito rica e diferente daquilo que, infelizmente, a gente aprendeu nos livros didáticos e como a gente acaba divulgando na sociedade brasileira. Você também tem um lado presente, como na ditadura, que eles escreviam muito analisando a sua situação política. E também na redemocratização, como os povos participaram da Constituinte, como eles demarcaram um espaço ali no debate público”, acrescenta.

Problemas persistem

As cartas mostram também que os problemas persistem ao longo dos anos. Se em 1980 Megaron falou sobre os riscos do sarampo para os indígenas, em 2021, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) lutou para que a vacina contra a covid-19 chegue aos povos indígenas.

“A luta da Apib junto ao Supremo Tribunal Federal, através da ADPF 709, e a mobilização dos povos indígenas no enfrentamento da pandemia garantiram que os povos entrassem no grupo prioritário da vacinação nesse momento, pois a vulnerabilidade dos povos à covid-19 é muito maior do que o restante da população, podendo chegar a sete vezes em certas faixas etárias”, diz trecho da carta analisado na tese.

A luta pela terra e a violência também perpassam os anos analisados na tese. Em 12 de agosto de 1975, a líder indígena, educadora, contadora de histórias, escritora e artesã Andila Kaingang escreveu ao então presidente, Ernesto Geisel:

“Isto, senhor presidente, para o povo branco e civilizado, como se julgam, talvez possa parecer romantismo ou coisa que equivalha, mas para o meu povo não, para ele é estilo de vida, é razão de viver e, consequentemente, motivo bastante para morrer. A invasão de nossas terras para o vosso povo tem significa simplesmente um problema jurídico, ou como quer queiram chamá-lo, para o meu povo não, são problemas que nós caigangues sentimos como feridas que nos atormentam no mais alto dos sentimentos, fazendo-nos diminuídos, oprimidos e transformando as nossas noites e vigílias na esperança de ver ao amanhecer nossas terras desocupadas pelos brancos e, no entardecer, mais um dia de desilusão, iniciando-se uma nova esperança”, diz trecho da carta.

A terra foi e é espaço de disputa nacional, muitas vezes marcada por violência extrema. Em 2004, mulheres indígenas que sobreviveram a ataque de homens armados aos povos da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima relatam o que ocorreu em carta aberta. “Foi às 6h da manhã e eu estava deitada ainda. Aí, o meu cunhado (que foi baleado) chegou correndo […] Eu sai, e quando olhei […] o fogo já estava queimando as casas. Eu peguei o meu terçado e cerquei eles. Falei: podem sair daqui! Se não, eu toro vocês no meio com o meu terçado! Eles pararam e disseram: que mulher buchudinha braba! Ele (um dos agressores) disse que ia me matar. Ele disse: vou atirar em tu, com o teu filho na barriga! Eu disse: pode me matar, que eu não tenho medo de morrer! […] Eles tocaram fogo”, diz trecho da carta.

Mais recentemente, em 2021, as disputa seguem com a discussão sobre o marco temporal, que foi o foco de carta do povo terena. Julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a tese do marco temporal para demarcação de terras indígenas, defendida por proprietários de terras, estipulava que os indígenas somente teriam direito às terras que estavam em sua posse no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou que estavam em disputa judicial na época.

“Impor a tese do marco temporal a nós, povos indígenas, nada mais é do que simplesmente querer legalizar o ilegal ou ilícito, quer dizer, legalizar a titulação fraudulenta das propriedades estabelecidas em terras das quais comunidades inteiras foram expulsas de maneira violenta, de onde foram vítimas de remoção forçada ou esbulho. Tal imposição está diretamente ligada à ideia de genocídio ou etnocídio porque a terra é o suporte físico para o usufruto e a existência física e cultural dos povos indígenas, segundo seus usos costumes e tradições, conforme estabelece a própria Carta Magna em seu artigo 231”, diz o trecho destacado na tese.

Recriando espaços públicos

Para Xucuru-Kariri, as cartas são importantes para a comunicação dos povos com o restante do país. “É um tipo de estratégia que os povos têm criado com as cartas para reconfigurar, recriar um espaço público. Essa eu acho que é uma das principais respostas que a gente tem observado. Para fora, elas criam uma ressonância na sociedade brasileira, para discutir mais, para fazer mais ações nas aldeias que impactem positivamente os povos indígenas, mas para dentro também. Esses povos, a partir dessas cartas, se reorganizam”.

Atualmente, Xucuru-Kariri é servidor público que atua na UFBA. Participou da criação recente da Licenciatura Intercultural Indígena da universidade. Após ter sido responsável pela escrita de cartas e após ter feito um doutorado sobre elas, ele diz que, como servidor, tornou-se também um dos destinatários desses documentos. “Hoje em dia, eu posso dizer que, sem saber, eu passei uma vida entre cartas. Continuo vivendo minha vida entre essas cartas”, diz.

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
NEWSTV
Publicidade
NEWSTV
Publicidade
Publicidade

NEWS QUE VOCÊ VAI QUERER LER

Tradição dos presépios permanece viva em praças e lares brasileiros

Tradição dos presépios permanece viva em praças e lares brasileiros

Tradição dos presépios permanece viva em praças e lares brasileiros
L
Espetáculo especial de natal do grupo Nova Canaã integra programação do Porto Velho Luz

Espetáculo especial de natal do grupo Nova Canaã integra programação do Porto Velho Luz

Apresentação gratuita acontece no dia 25 de dezembro, às 19h, com participação especial da Cia Express Art e apoio da Prefeitura.
L
‘As Aventuras de Vô Capistana’ encanta Rondônia no Sesc 52

‘As Aventuras de Vô Capistana’ encanta Rondônia no Sesc 52

Espetáculo percorreu municípios de Rondônia, levando cultura e histórias da Amazônia.
L
Decreto reconhece cultura gospel como manifestação nacional

Decreto reconhece cultura gospel como manifestação nacional

Medida reforça acolhimento à comunidade evangélica e amplia políticas culturais.
L
Cantata Natalina encerra agenda cultural da Prefeitura de Jaru

Cantata Natalina encerra agenda cultural da Prefeitura de Jaru

Evento da Cantata Natalina reuniu famílias e marcou o fim das ações culturais em 2025.
L
Publicidade
Publicidade
ENERGISA
Publicidade

DESTAQUES NEWS

Agenda News: O som do trio que move o Carnaval de Porto Velho

Carlinhos Camurça e seus trios elétricos fazem história no Carnaval de rua, levando estrutura, paixão e música de qualidade para os foliões da capital.
L
Lula quer expulsão de servidor que agrediu mulher e criança no DF

Lula quer expulsão de servidor que agrediu mulher e criança no DF

Servidor público: Lula cobra expulsão após agressão no DF.
L
Site da Caixa é o único oficial para apostas online da Mega da Virada

Site da Caixa é o único oficial para apostas online da Mega da Virada

Mega da Virada: apostas só no site oficial da Caixa.
L
Inscrições do Sisu 2026 começam em 19 de janeiro

Inscrições do Sisu 2026 começam em 19 de janeiro

Sisu 2026: vagas abertas em 274,8 mil oportunidades.
L
Moraes autoriza visitas de filhos a Bolsonaro durante internação

Moraes autoriza visitas de filhos a Bolsonaro durante internação

Visitas autorizadas enquanto Bolsonaro se prepara para cirurgia.
L
Publicidade

EMPREGOS E CONCURSOS

AgSus abre processo seletivo em Rondônia com salários de R$ 5,8 mil

AgSus abre processo seletivo em Rondônia com salários de R$ 5,8 mil

Agência Brasileira de Apoio à Gestão do SUS oferece vagas de níveis médio e superior para atuação no Programa Mais Médicos em Porto Velho.
L
Processo Seletivo Simplificado da Prefeitura de Porto Velho abre vagas para professores

Processo Seletivo Simplificado da Prefeitura de Porto Velho abre vagas para professores

Processo Seletivo prevê contratação temporária de docentes para zonas urbana e rural
L
CRECI-RO lança concurso público com vagas para três municípios de Rondônia

CRECI-RO lança concurso público com vagas para três municípios de Rondônia

O Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI-RO) publicou edital de certame com oportunidades para níveis médio e superior em Porto Velho, Ji-Paraná e Vilhena, no concurso público do CRECI-RO.
L
CNU 2: FGV altera horário das bancas de candidatos negros e com deficiência

CNU 2: FGV altera horário das bancas de candidatos negros e com deficiência

Fundação Getúlio Vargas (FGV) comunicou a atualização do Cartão de Confirmação de Inscrição, com alterações de horário e turno, para convocados nos procedimentos de Caracterização da Deficiência e Confirmação Complementar à Autodeclaração de Pessoas Negras do (CNU 2025).
L
Ministério da Gestão nomeia 677 aprovados no Concurso Unificado

Ministério da Gestão nomeia 677 aprovados no Concurso Unificado

Cargos de analista, engenheiro, médico e outros estão distribuídos em seis pastas ministeriais; empossados no Concurso Público Nacional Unificado devem apresentar documentação digitalmente pelo Portal do Servidor.
L
Publicidade

POLÍTICA

Bolsonaro é submetido à cirurgia para tratar hérnia bilateral

Bolsonaro é submetido à cirurgia para tratar hérnia bilateral

Servidor público: Bolsonaro passa por cirurgia de hérnia bilateral.
L
Toffoli mantém acareação no caso Banco Master

Toffoli mantém acareação no caso Banco Master

Banco Master: audiência segue marcada para terça-feira (30).
L

Dr. Santana denuncia colapso na coleta de lixo em Porto Velho

Vereador afirma que, mesmo após medidas anunciadas pela Prefeitura, bairros seguem com acúmulo de resíduos, mau cheiro e risco à saúde pública por falta de coleta regular.
L

Prefeito se entrega à polícia e crise política expõe escândalo milionário em Turilândia

Após dois dias foragido, o prefeito Paulo Curió se apresenta à polícia em São Luís e se junta a outros investigados por um suposto esquema de desvio de R$ 56 milhões em Turilândia.
L
Hospital confirma cirurgia de Bolsonaro nesta quinta-feira

Hospital confirma cirurgia de Bolsonaro nesta quinta-feira

Procedimento para retirada de hérnia terá duração estimada de quatro horas e será realizado em Brasília
L
Publicidade
Publicidade

POLÍCIA

Homem é espancado após cobrar dívida de R$50 em boca de fumo

Homem é espancado após cobrar dívida de R$50 em boca de fumo

Vítima é agredida ao cobrar dívida de R$50 em Porto Velho.
14
Mulher atropelada por ex na Marginal Tietê morre na véspera de Natal

Mulher atropelada por ex na Marginal Tietê morre na véspera de Natal

Tainara Souza Santos não resistiu após semanas de internação por tentativa de feminicídio.
18
Homem desaparece após suspeita de salto de ponte

Homem desaparece após suspeita de salto de ponte

Suspeita de salto mobiliza buscas no Rio Branco.
14
Homem desaparecido é encontrado desorientado em Alta Floresta

Homem desaparecido é encontrado desorientado em Alta Floresta

Buscas mobilizaram equipes após suspeita de salto no Rio Branco.
14
Sargento salva funcionário após parada cardíaca no Fórum

Sargento salva funcionário após parada cardíaca no Fórum

Heroísmo em Rolim de Moura evidencia importância da pronta resposta.
12
Publicidade

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Requerimento de Licença Ambiental (LAS): M V MARINHO

LICENÇA AMBIENTAL SIMPLIFICADA.
L

Confira quem faturou a promoção do Peixinn Restaurante dessa semana

O News Rondônia divulga o resultado da ação que premiou um apaixonado pela culinária regional com uma experiência gastronômica inesquecível.
L
Conab divulga classificação final para compra de arroz, suco de uva e pescados do PAA

Conab divulga classificação final para compra de arroz, suco de uva e pescados do PAA

Lista definitiva contempla associações e cooperativas que fornecerão alimentos via Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) para o combate à fome.
L

Promoção Cine Araújo: Veja que faturou o sorteio de ingressos da semana

Mais um participante foi premiado com dois ingressos na promoção do News Rondônia e Cine Araújo. Emoção garantida na telona!
L
Vendas do Tesouro Direto somam R$ 6,2 bilhões em novembro

Vendas do Tesouro Direto somam R$ 6,2 bilhões em novembro

Tesouro Direto registra vendas de R$ 6,2 bilhões em novembro.
L
Rússia recorre à RAM caseira para driblar crise de memória

Rússia recorre à RAM caseira para driblar crise de memória

Crise de memória RAM leva usuários russos a montar chips em casa.
L
Prefeitura abre 165 vagas em processo seletivo da educação

Prefeitura abre 165 vagas em processo seletivo da educação

Processo seletivo tem inscrições on-line e gratuitas.
L
Logo News Rondônia
Visão geral da privacidade

Este site usa cookies para que possamos fornecer a melhor experiência de usuário possível. As informações de cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.