Morreu neste sábado (20), aos 93 anos, o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e ex-governador de São Paulo, José Maria Marin. Com uma carreira que transitou entre o esporte e a política, Marin foi uma figura controversa, marcada tanto por cargos de destaque quanto por envolvimento em escândalos de corrupção.
Natural da capital paulista, Marin nasceu em 6 de maio de 1932 e foi filho de imigrantes espanhóis. Formou-se em Direito pela Universidade de São Paulo (USP) em 1955. Para custear os estudos, chegou a atuar como jogador profissional, sendo ponta-direita do São Paulo Futebol Clube entre 1950 e 1952.
Política durante a ditadura militar
Iniciou a carreira política como vereador em São Paulo entre 1964 e 1970. Foi deputado estadual e filiado à Arena (Aliança Renovadora Nacional), partido de sustentação do regime militar. Em 1979, foi eleito vice-governador de São Paulo na chapa de Paulo Maluf. Com a renúncia de Maluf em 1982, Marin assumiu o governo do estado até março de 1983.
Da presidência da CBF à prisão nos EUA
Após passagem pela Federação Paulista de Futebol (FPF), onde foi dirigente entre 1982 e 1988, Marin se destacou no cenário nacional ao assumir, em 2012, a presidência da CBF, após a renúncia de Ricardo Teixeira. Ele ocupou o cargo até 2015.
No entanto, sua gestão ficou marcada por denúncias de corrupção. Em 2015, Marin foi preso na Suíça, durante uma operação internacional do FBI que investigava crimes financeiros na FIFA. Extraditado para os Estados Unidos, foi condenado por conspiração e lavagem de dinheiro em 2017. Chegou a cumprir pena em uma prisão federal, mas foi autorizado a cumprir o restante em casa, por conta da idade e do estado de saúde.
Desde 2020, vivia recluso e afastado da vida pública.