O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta 5ª feira (16.jan.2020), em live no Facebook, que haverá aumento de 12,84% para todos os professores da educação básica do país. A medida foi anunciada em conjunto com o ministro da Educação, Abraham Weintraub.
“Eu sei que ainda é baixo em relação ao que deveria ser, porque são esses professores que são os heróis. Então está saindo de R$ 2.557 para R$ 2.886, que é o salário de referência na maior parte dos Estados e municípios”, disse o ministro.
“Eu não vou parafrasear o ‘9 dedos’, mas nunca na história teve 1 aumento acima da inflação real. Porque no passado tinha inflação. O PT ia levar o Brasil de volta para a inflação”, completou, fazendo uma crítica ao ex-presidente Lula.
O ajuste, acima da inflação de 2019 (4,31%), corresponde às expectativas da CNM (Confederação Nacional de Municípios) que já havia previsto o valor mínimo do magistério passaria de R$ 2.557,74 para R$ 2.886,24. Há expectativa entre gestores municipais que uma nova lei sobre o Fundeb seja criada este ano. A lei atual só estabelece manutenção do fundo até este ano. O Ministério da Educação prepara proposta com novas regras.
Bolsonaro disse que essa é uma resposta aos protestos contra o governo e o Ministério da Educação em 2019.
“Tem muitos estudantes que foram às ruas contra você no ano passado”, disse Bolsonaro, sorrindo, a Weintraub. “Contra o senhor. Eu sou apenas 1 instrumento, presidente”, rebateu o ministro. “Na realidade, o dinheiro não é meu, nem seu, é do povo. Agora nós estamos retomando a quem é de direito”, respondeu o presidente.
Na live, também participaram: o secretário especial de Cultura, Roberto Alvim, e o secretário Nacional da Pesca, Jorge Seif Junior, além de 1 intérprete de libras.
Segundo Bolsonaro, governadores do Nordeste tentaram vetar o reajuste dos salários dos professores.
“Chegou por vias tortuosas a mim, que o pessoal do Nordeste queria que a gente vetasse esse reajuste para sobrar mais dinheiro para eles investirem em outra área”, disse.
Segundo Weintraub, os governadores queriam que não houvesse ligação entre o aumento do salário e o aumento da arrecadação do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação).
“Porque o reajuste, ele vem, presidente, da melhora que o senhor está proporcionando na economia. Como a economia está melhorando, aumentando a arrecadação, o Fundeb, que é o fundo que a gente manda para Estados e municípios bancarem a educação, ele é fruto dessa melhora geral da economia. E esse dinheiro, que iria pra eles, eu presenciei a pressão para que o senhor vetasse, a ligação entre o aumento do Fundeb para o aumento do salário dos professores. Ia sobrar mais dinheiro na mão dessa turma. E o senhor não cedeu à pressão e falou: ‘Não, a prioridade é o professor, não vou vetar'”, disse o ministro.