O tríplex no Guarujá (SP), pivô da condenação à prisão do ex-presidente Lula, foi vendido por R$ 2,2 milhões em um leilão finalizado nesta terça-feira (15).
O lance único para compra, no valor mínimo pedido pelo imóvel, foi dado faltando menos de dez minutos para o fim do pregão. O comprador, registrado no pregão como "Guarujapar", do Distrito Federal (DF), ainda terá que arcar com uma dívida de R$ 47,2 mil de débitos condominiais e outros R$ 110 mil em comissão ao leiloeiro. Ele terá 72 horas para efetuar o pagamento.
Caso a transação não seja concluída, haverá uma segunda tentativa para vender o apartamento no dia 22 de maio, com lance mínimo de 80% do valor de avaliação.
Se ninguém fizer uma oferta, o juiz Sergio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, determinará o que será feito com o imóvel. A página do leilão do tríplex foi visualizada mais de 50 mil vezes.
Na manhã desta terça (15), um usuário de Piracicaba, no interior de São Paulo, também chegou a realizar uma oferta no valor mínimo. Posteriormente, no entanto, ele enviou um e-mail dizendo que fez o lance equivocadamente. Segundo a assessoria de imprensa da Superbid, responsável pelo leilão na internet, o usuário pediu o cancelamento da oferta.
A cobertura tríplex tem 297 metros quadrados e foi leiloada por ordem de Moro. Os R$ 2,2 milhões arrecadados na venda serão devolvidos aos cofres públicos.
O imóvel no condomínio Solaris tem quatro dormitórios (sendo duas suítes), sala com varanda, piscina, churrasqueira e duas vagas de garagem. Um elevador integra os três andares, mas o leiloeiro diz que não foi possível verificar seu funcionamento porque a luz da unidade não está ligada.
Caso Triplex
Na ação apresentada pelo Ministério Público Federal, Lula foi acusado de receber R$ 3,7 milhões de propina da empreiteira OAS em troca de contratos da empresa com a Petrobras.
O valor, apontou a acusação, se referia à cessão pela OAS do apartamento tríplex ao ex-presidente, a reformas feitas pela construtora nesse imóvel e ao transporte e armazenamento de seu acervo presidencial (este último ponto rejeitado por Moro).
Lula teve a condenação confirmada e foi condenado em segunda instância a uma pena de 12 anos e um mês de prisão, em janeiro deste ano. Em abril, após mandado de prisão expedido por Moro, o ex-presidente se entregou na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR).
O petista defende sua inocência e se diz vítima de perseguição da força-tarefa e da Justiça.