O produtor Andreo Bertol, proprietário da Pescados Rei do Pirarucu, em Porto Velho, trabalha para levar ao mercado acreano novos produtos regionais, como linguiça de jacaré, linguiça de pirarucu e quibes elaborados com as duas proteínas. A proposta une tradição amazônica e inovação gastronômica, mirando 2026 como ano de chegada oficial às prateleiras do Acre.
A ideia surgiu ao perceber que, apesar da oferta de pescado na região, eram raros os produtos industrializados com valor agregado. A boa recepção durante a Rondônia Rural Show reforçou o projeto. Bertol aposta especialmente no Acre, onde o quibe tem forte presença culinária e pode abrir espaço para as novas iguarias.

Para expandir, a empresa avança no processo de certificação do SISBI, que permitirá comercialização nacional. Hoje, os produtos possuem autorização apenas municipal. O produtor acredita que a regularização será concluída até meados de 2026. “Faço questão de levar pessoalmente e apresentar ao povo do Acre”, disse.
Entraves na produção
Durante participação no Madeira Agro Spark, na quinta-feira (27), Bertol detalhou os desafios enfrentados. A maior dificuldade foi obter carne de jacaré certificada na região de Porto Velho. “Eu sofri muito no começo por falta de beneficiamento. Tivemos que comprar carne do Amazonas (…) mais de 1 tonelada, regularizada e documentada, algo que não achamos aqui”, relatou.
A escassez de fornecedores formalizados atrasou a expansão e elevou custos. Segundo ele, a presença de produtos sem certificação no mercado local gera concorrência desleal, afetando quem atua dentro das normas.
Bertol reforçou ainda a necessidade de fiscalização mais rigorosa para garantir segurança alimentar e condições justas aos produtores que cumprem a legislação.








































