Na estreia da Agrotec, em Porto Velho, um dos destaques vem do outro lado do rio Madeira: o café Chaleira Quente, produzido pela família da agricultora Maria José, na Gleba Cunha, no Baixo Madeira. É a primeira participação dela em feiras e também o primeiro evento oficial do café, que chega ao público valorizando a agricultura familiar e os robustas amazônicos. A produção, ainda jovem — entrando agora no terceiro ano de safra —, já chama atenção pela dedicação e pela forma artesanal de cultivo e beneficiamento.
O café é todo produzido de maneira manual: desde a colheita até a secagem, passando pela torra feita na própria área rural. Maria José explica que o trabalho começou como uma retomada de tradição, já que ela cultivava café desde criança, ao lado do pai. Após adquirir a propriedade com o esposo, decidiu retomar a cultura e hoje conta com a ajuda dos filhos em todas as etapas. A produção atual é de 45 a 50 sacas, mas a expectativa é dobrar em 2026, podendo alcançar entre 80 e 100 sacas, graças à entrada da safra principal.

A Agrotec marca não só a primeira apresentação pública do Chaleira Quente, mas também o início de uma nova fase para a família. Maria José diz que a feira é uma oportunidade de mostrar o sabor amazônico da região e conquistar novos apreciadores. “A expectativa é que todos venham conhecer nosso produto, experimentar o café na hora, sentir o sabor que é feito com tanto cuidado e carinho”, afirma. Uma área de degustação foi montada no estande, permitindo ao público provar o robusta fresco, produzido a poucos quilômetros dali.
A produtora destaca que participar da Agrotec é um passo importante para o fortalecimento da agricultura familiar no Baixo Madeira, abrindo portas para novos mercados e valorizando a tradição local. “O café Chaleira Quente nasceu pequeno, mas traz consigo o sabor de uma história antiga de gerações, cultivada com as mãos da família e com a força das nossas tradições”, concluiu.










































