Uma doação de alimentos na COP 30, realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), distribuiu 18 toneladas de produtos orgânicos para 14 cozinhas solidárias de Belém, Região Metropolitana e outros municípios do Pará, como Parauapebas. Os alimentos foram adquiridos por meio de uma chamada especial do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
Destinação dos alimentos
Ao todo, a Conab comprou 146 toneladas de alimentos da agricultura familiar de várias regiões do país, com destaque para a produção amazônica. A aquisição forneceu produtos para a Cúpula dos Povos, para a COP Indígena e para o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
Das 86 toneladas recebidas pela Cúpula, 68 toneladas foram utilizadas durante o evento. O restante foi encaminhado para as cozinhas solidárias por meio de articulação do Movimento Camponês Popular (MCP), do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) e do MAB.
Durante cinco dias completos de funcionamento, foram preparadas aproximadamente 21 mil refeições diárias, incluindo café da manhã, almoço e jantar, além de ações solidárias em bairros periféricos próximos à Universidade Federal do Pará (UFPA).
Impulso à agricultura familiar
O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, destacou o papel social das cozinhas.
“As cozinhas solidárias têm comida quilombola, indígena e da reforma agrária. Elas não só alimentam as pessoas, mas também a alma delas. É assim que se constrói uma rede de apoio para transformar o Brasil e o mundo”, afirmou.
Para o presidente da Conab, Edegar Pretto, a atuação na COP marca o retorno do protagonismo da empresa.
“Essa entrega à Cúpula dos Povos mostra a importância da retomada da missão da Conab. A pedido do governo federal, colocamos a agricultura familiar dentro da COP, algo inédito na história do evento”, disse.
Trabalho contínuo e ações culturais
A operação funcionou 24 horas por dia, em três turnos, reunindo 162 trabalhadores e 500 voluntários responsáveis pelo preparo das refeições e pela organização das quentinhas. A cozinha também apoiou atividades como o Banquetaço, realizado no domingo (16), e ações solidárias distribuídas pelos territórios.
Segundo Fabio Pacheco, integrante da Articulação Nacional de Agroecologia, a iniciativa simboliza múltiplas lutas.
“Esse alimento carrega muito mais do que agroecologia. Carrega reforma agrária, territorialidade e um longo processo de luta dos movimentos sociais”, afirmou.
A coordenadora-geral de Aquisição e Distribuição de Alimentos da Sesan/MDS, Elisangêla Sanches Januário, reforçou o papel dos sistemas alimentares no enfrentamento às mudanças climáticas.
“O MDS investiu nessa parceria porque entende que a agricultura familiar é uma solução para o clima, não só para o Brasil, mas para o mundo”, destacou.
Doação de equipamentos
O evento também marcou a doação de equipamentos e utensílios utilizados nos 12 dias do Cooking Show, espaço localizado na Agrizone e dedicado à apresentação de receitas ancestrais e saberes tradicionais de povos e comunidades amazônicas.










































