Na Linha H-46, zona rural de Porto Velho, o apicultor José Potancinsk dedica sua rotina ao cuidado das abelhas em seu apiário. Assim como ele, dezenas de produtores da capital trabalham para garantir uma produção de mel que cresce a cada ano e já se consolida como atividade estratégica dentro da agricultura familiar.
Segundo levantamento da Secretaria Municipal de Agricultura (Semagric), Porto Velho conta atualmente com 108 apicultores ativos, entre criadores de abelhas com ferrão (Apis mellifera) e de espécies nativas sem ferrão.
Produção em crescimento
Na regional de Porto Velho, a Idaron registra 25 apicultores cadastrados, responsáveis por 778 colmeias de Apis mellifera, com capacidade de produção estimada em 7 toneladas de mel por ano em 37 propriedades.
Na meliponicultura, são 16 produtores cadastrados, que mantêm 112 colmeias de abelhas nativas sem ferrão, alcançando produção anual de 62 quilos de mel em 18 propriedades.
Somente no município da capital, são 22 apicultores com 438 colmeias de abelhas com ferrão e 14 meliponicultores com 92 colmeias de abelhas nativas, reforçando o potencial econômico e sustentável da atividade.
Incentivo e fortalecimento do setor
O secretário da Semagric, Rodrigo Ribeiro, destaca que o fortalecimento da cadeia produtiva é prioridade da gestão municipal. “A apicultura é estratégica para a agricultura familiar porque gera renda, contribui para a preservação ambiental e tem grande potencial de expansão. A Prefeitura investe em capacitações e incentiva os produtores a se regularizarem junto à Idaron, garantindo mais segurança e organização ao setor”, afirmou.
O gerente de assistência técnica da Semagric, Roseval Guzo, também enfatiza os resultados positivos. “A cada capacitação e visita técnica, percebemos o maior interesse dos agricultores. O mel é uma renda complementar sustentável e, quando o produtor se cadastra, fortalece toda a cadeia, abre espaço para novos mercados e amplia oportunidades na agricultura familiar”, disse.
Cadastro gratuito fortalece a cadeia produtiva
O cadastro faz parte do Programa Nacional de Sanidade das Abelhas (PNSAb), executado pela Idaron, e tem como objetivo estruturar a cadeia, orientar políticas públicas e garantir ações de vigilância sanitária das colmeias.
A médica veterinária da Idaron, Bethânia Silva Santos, reforça a importância da atualização dos dados. “Conseguimos mapear áreas de criação, adotar medidas preventivas e agir com rapidez em casos de suspeita de doenças. Além disso, os produtores passam a integrar oficialmente a base de dados do estado, o que facilita o acesso a políticas públicas e assistência técnica”, explicou.
O cadastro é gratuito e pode ser feito em qualquer unidade da Idaron, mediante apresentação de documento oficial com foto, CPF ou CNPJ, comprovante de residência e informações sobre colmeias e localização da criação.
Ao se registrar, os apicultores e meliponicultores contribuem não apenas para a defesa sanitária das abelhas, mas também para a valorização do setor e para a expansão de um mercado cada vez mais promissor em Porto Velho.