A produção de cana-de-açúcar na safra 2025/26 deve atingir 668,8 milhões de toneladas, segundo o segundo levantamento divulgado nesta terça-feira (26) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O volume representa queda de 1,2% em relação ao ciclo anterior, mesmo com aumento de 1% na área colhida, que soma 8,85 milhões de hectares.
A retração é explicada pela redução de 2,1% na produtividade média nacional, estimada em 75,5 toneladas por hectare, contra 77,2 t/ha da safra passada. O clima adverso durante a rebrota e o desenvolvimento das lavouras, marcado por seca, altas temperaturas e incêndios, afetou principalmente o Centro-Sul, maior polo produtor do país.
Produção por região
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Sudeste – Deve colher 424,5 milhões de toneladas, queda de 3,4%. São Paulo, que responde por metade da produção nacional, deve registrar redução de 15,6 milhões de toneladas.
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Centro-Oeste – Crescimento de 4,7 milhões de toneladas, totalizando 150 milhões, com aumento de área em 3,8%.
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Norte – Produção recua 5,6%, para 3,8 milhões de toneladas, mesmo com alta de 5% na área cultivada.
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Nordeste – Expansão de 1,6%, alcançando 55,2 milhões de toneladas, com leve recuperação de produtividade.
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Sul – Estimativa de 35,2 milhões de toneladas, favorecida por chuvas e expansão da área plantada.
Açúcar e etanol
Mesmo com menor moagem, a Conab projeta produção de 44,5 milhões de toneladas de açúcar, alta de 0,8% e o segundo maior volume da série histórica, atrás apenas de 2023/24.
Já a produção total de etanol deve cair 3,9%, alcançando 35,7 bilhões de litros. O recuo se deve à menor fabricação do biocombustível a partir da cana (-8,8%). Por outro lado, o etanol de milho deve alcançar novo recorde: 8,98 bilhões de litros, alta de 14,5% sobre a safra anterior.
Mercado e preços
A retração da produção e o Açúcar Total Recuperável (ATR) mais baixo pressionam a oferta e sustentam os preços do açúcar e do etanol. O cenário favorece a competitividade externa do produto brasileiro, diante da maior demanda internacional e incertezas em outros países produtores.
No mercado interno, a elevação da mistura obrigatória de anidro de 27% para 30% a partir de agosto deve aumentar o consumo de etanol, mantendo o viés firme dos preços.