O Papa Francisco aprovou um novo processo de três anos para discutir reformas na Igreja Católica global, sinalizando sua intenção de continuar no comando, apesar dos desafios de saúde. A decisão foi anunciada pelo Vaticano neste sábado.
Mesmo internado há mais de um mês devido a uma pneumonia dupla, Francisco segue ativo. Durante sua hospitalização em Roma, ele autorizou a continuidade do Sínodo dos Bispos, uma de suas principais iniciativas. Esse processo já debateu temas polêmicos, como o papel das mulheres como diaconisas e a inclusão da comunidade LGBTQ na Igreja.
A consulta global com católicos acontecerá nos próximos três anos, culminando em uma nova cúpula em 2028. A decisão do papa reflete seu compromisso em avançar com as mudanças, apesar das especulações sobre uma possível renúncia. Amigos e biógrafos reafirmam que ele não pretende deixar o cargo.
“O Santo Padre continua a impulsionar a renovação da Igreja com um novo impulso missionário”, declarou o cardeal Mario Grech, líder do processo de reforma, ao canal de mídia do Vaticano. “Este é um verdadeiro sinal de esperança.”
Desafios e Resistências
Desde o início de seu papado, em 2013, Francisco tem buscado aproximar a Igreja do mundo moderno, o que gerou críticas de setores mais conservadores. Alguns cardeais o acusam de enfraquecer doutrinas tradicionais sobre casamento e família.
Para o acadêmico Massimo Faggioli, especialista no Vaticano, esse novo processo deixa claro que Francisco segue no comando. “Seu pontificado ainda não acabou. Essa decisão terá impacto até 2028 e além”, afirmou o professor da Universidade Villanova.
A cúpula realizada no Vaticano em outubro passado não trouxe definições concretas, mas o papa aguarda relatórios em junho para avaliar próximos passos.
Enquanto isso, seu estado de saúde melhora, e o Vaticano assegura que ele não corre mais risco imediato. Ainda não há previsão de alta hospitalar, mas sua determinação em seguir à frente da Igreja está mais evidente do que nunca.