A mancha de fumaça que toma conta do estado de Rondônia por conta dos incêndios e das queimadas, que hoje são classificadas como criminosas, dada a situação de estiagem severa, voa para muito longe. Neste momento, o raio de propagação do fumaceiro tóxico tem encoberto parte dos estados da Amazônia até o Sul do país. É estarrecedor.
A situação é crítica e vem colocando o país e a população nos mais arriscados patamares de saúde pública. Imagens feitas na terça-feira [03] pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional [NOAA] em conjunto com a NASA, órgãos ligados ao governo dos Estados Unidos, demonstram o tamanho do problema que flutua na atmosfera do território nacional.

A fumaça tem origem criminosa, é o que afirma o governo brasileiro; ela vem sendo propagada por incêndios e queimadas na Amazônia ocidental brasileira e boliviana. Na cena, é possível perceber que os maiores índices do fumaceiro saem do Sul do Amazonas. Pará, Rondônia e Bolívia também estão entre os causadores da situação, que tem fugido do controle.

Apesar da situação alertada desde o ano passado pelo governo federal, por meio da ministra de Estado do Desenvolvimento e Mudança do Clima, Marina Silva, muitos governantes da Amazônia só deixaram para fazer o dever de casa quando o fogo já se fazia perturbador por conta da fumaça.

Em Rondônia, o próprio Ministério Público [MPRO] culpou, chamando de “falhas” as ações de combate e controle. No Amazonas, o governador do estado, Wilson Lima [U.B.], também foi alertado quanto ao perigo da estiagem, mas, ao que tudo indica, foi mais um dos governantes a se encaixar na lista dos despreparados. É tanto que o Sul do Amazonas, que faz divisa com Rondônia, vem sendo exposto como o epicentro da destruição da floresta amazônica, justamente o local taxado de “arco do desmatamento” em torno da BR-319. Em uma publicação feita há cinco dias, Lima escreveu: “Anunciamos novas medidas para reforçar o combate às queimadas, entre elas a contratação de 85 brigadistas, que vão atuar na região Sul do Amazonas, como antecipação do programa Floresta em Pé, financiado pelo banco alemão KFW.”
Do domingo até ontem, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais [Inpe] detectou 3.432 focos. Foi o dia mais desastroso, superando os 3.224 focos do dia 30 de agosto. A Amazônia vem sendo queimada diante de uma promoção de incêndios, os quais o governo brasileiro aponta como ações criminosas. A ministra Marina Silva declarou ser “impossível que se queime tanto e em tantos lugares em um curto espaço de tempo. O que indica que o fogo vem sendo posto propositalmente”.
Apesar de alguns estados da região, como Amazonas, Rondônia e Acre, estarem no cenário de propagadores de incêndios e queimadas, até o momento, o Pará segue na liderança, com 1.313 focos apenas na segunda-feira. Com informações de MetSul.