No início deste ano, a ministra de Estado do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, sinalizou para os munícipes da Região Norte que buscassem antecipar os decretos emergenciais em virtude da estiagem severa. Muitos reconheceram a fala da titular da pasta ambiental e passaram a confeccionar o documento com urgência.

As reuniões com as salas de situação começaram a trabalhar nas tratativas que visam atenuar a situação nas cidades, principalmente naquelas que contam com o sistema de água tratada ineficiente para atender a toda população. Na Região Norte, Porto Velho puxa a fila entre as piores capitais do Brasil, com apenas 9,89% dos moradores abastecidos pelo sistema de água tratada e rede de esgoto.

Em breve, o cenário vai revelar sua força, pois a seca dos rios promete provocar incidências jamais vistas por aqui. Somando 3,98 metros, o rio Madeira já esteve em situação melhor no mesmo período em anos anteriores.
Nesta quarta-feira (10), já chegou a medir 3,78 metros. Nesse sobe e desce, o afluente do Rio Amazonas apresenta uma previsão nada animadora para o próximo trimestre. No prognóstico do Censipam, a estiagem pode fazer com que o rio alcance menos de 1 metro. Se ocorrer, a certeza será da presença de um ‘aquecimento global’ com efeitos inimagináveis. O nível deste mês já ultrapassou a marca de 2023.

Técnicos da instituição reportam uma seca com dois níveis: severa e moderada. Em ambos, existem perigos. O desabastecimento implicará na população, principalmente em Porto Velho, onde a maioria dos moradores usa água minada das cacimbas. Dados do Trata Brasil revelam que o cenário continua sem alteração: “com mais de 460 mil habitantes, Porto Velho (RO) atende menos da metade da população com acesso à água potável (41,8%) e somente 9,9% com coleta de esgoto, enquanto trata somente 1,7% do esgoto gerado”. Com “condições extremamente precárias de saneamento, a capital de Rondônia se encontra na última posição do Ranking do Saneamento 2024”, finaliza o estudo. Informações: Censipam e Trata Brasil.