Desde que assumiu o governo brasileiro pelo seu terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula das Silva (PT), tem demonstrado a importância da reconstrução da Br-319. A rodovia liga as capitais Porto Velho (RO) e Manaus (AM) por cerca de 885 km. Para isso, Lula incumbiu seus ministros de criar um Grupo de Trabalho (GT). O objetivo foi munir com informações um relatório que fortalecesse os pedidos acerca da reconstrução. O “trecho do meião” é segundo estudos, a parte mais crítica no entorno da rodovia federal.
É o coração da floresta amazônica, uma das áreas mais verdes e intactas do pulmão do mundo. Com a chegada de junho, o prazo com a decisão acerca do relatório do Ministério dos Transportes (MT) ainda é uma incógnita. Sem um veredito preliminar, o mais provável é que o documento continua em análise, tendo em vista que um dos maiores empecilhos seja na adequação das condicionantes ambientais. O Grupo de Trabalho também compõe uma série de órgãos como Ibama, Funai, ICMBio, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam).
Ao site A Crítica, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) disse que, ainda que responsável pela manutenção, não teria recebido até o momento nenhuma decisão de Brasília. O coordenador do GT, Clóvis Benevides foi procurado, mas a pasta não respondeu a reportagem. Os maiores vilões para a demora que envolve a reconstrução da rodovia, são associados aos próprios grileiros, madeireiros, fazendeiros ilegais.
Estudos apontam o crescente desmatamento diante do entorno da pista federal. Com o anúncio da reconstrução, o número triplicou. Além disso, a região é compreendida dentro do “Arco do Desmatamento” e por integrar a AMACRO, uma junção divisória dos estados do Amazonas, Acre e Rondônia. Na região, o Amazonas costuma pontuar os índices de desmatamento e queimadas no período mais perigoso para a Amazônia, compreendido pelos meses de junho, julho e agosto. O sul do estado vizinho dispara em queimadas e desmatamento durante a estiagem.