Um futuro melhor. É o sonho da estudante A. Fonseca, de 19 anos, moradora de Porto Velho (RO). De segunda à sexta a jovem gasta 5h em sala de aula e mais outras 2h estudando o conteúdo em casa. O esforço tem em vista o de ser a primeira advogada da família. “Sim, a primeira advogada, só assim a gente pode exigir nossos direitos como pessoa física e privada”, disse.
Até lá, a estudante tem que ultrapassar outros obstáculos começando por ruas esburacadas por onde caminha na Zona Sul. Segundo ela, o pior mesmo é enfrentar locais que se convertem em perigosos em razão da falta de iluminação pública. “Aqui, você é obrigado (a) a passar todo tipo de privação para sobreviver, se mulher essas mazelas triplicam”, revela.

O problema revelado pela acadêmica nem sempre pode ser atribuído pela ausência do poder público. Em Porto Velho, diversos locais da capital estão ficando às escuras. Motivo? Os furtos da fiação elétrica por verdadeiros bandidos. Na zona Leste, o Skate Park foi um dos alvos. Cenas de fios cortados denunciam os prejuízos.
A poucos metros dali o Parque da Cidade, um espaço de lazer e para a prática de esportes, foi revitalizado no final de 2023 e alvo recentemente dos criminosos. “Os banheiros do local foram pichados”.
Uma das maneiras usadas pelos criminosos, segundo técnicos da Empresa de Desenvolvimento Urbano (Emdur) é puxando a fiação que interliga um poste a outro. Como a fiação é pelo método escondido e “embaixo da terra”, automaticamente acontece a interrupção da energia quando o fio sofre qualquer tipo de violação.

Na Zona Leste outro objetivo dos bandidos é a praça do Bairro Mariana. A instituição, ligada a Prefeitura de Porto Velho explica que “durante a obra, equipes da Emdur registraram três ocorrências de furto, sendo 200 metros de cabos, além de refletores furtados e outros danificados, totalizando aproximadamente R$ 10 mil de prejuízo aos cofres públicos”.

No chão, a fiação arrancada ou que sobrou responde pelo crime na madrugada anterior. Os bandidos, de acordo com informações aproveitam do pouco policiamento na região para furtar os espaços públicos. Normalmente, o material desses furtos é vendido para lojas de sucata. A polícia também já sabe que muitos desses furtos tem por trás usuários de drogas.
Praça das Camélias, rua Rajá Bairro Eldorado, Zona Sul. Aqui o espaço de lazer mal completou um ano da inauguração em agosto de 2023 e já contabiliza os prejuízos com o furto da fiação elétrica. No Bairro Nova Porto Velho, mais precisamente na avenida Nicarágua o cenário desses furtos vem aterrorizando os moradores desta parte da cidade.

“Aqui os vândalos agem de madrugada furtando os fios nos postes. Eles arrombam caixas de relógios para furtar a fiação”, relata um morador que prefere não se identificar.
O resultado de tantos furtos vai recair nos moradores, como na estudante de direito que fica a mercê de marginais que vão aproveitar do cenário de escuridão para cometer outros crimes. A conta dos custos com a reposição da fiação também vai parar no bolso do contribuinte que paga seus impostos em dia.
A Emdur esclarece que “a depredação do patrimônio público é considerada crime, e que o vandalismo traz prejuízo financeiro para o poder público, além da destruição de espaços públicos destinados à população”.
No comunicado, a Empresa de Desenvolvimento Urbano explica que “tem realizado um trabalho de revitalização em praças e espaços públicos de Porto Velho, mas ao mesmo tempo que o órgão dedica esforços para garantir melhorias à população, atos de vandalismo estão acontecendo frequentemente em diversos pontos da capital”, lamenta.
Deixo aqui um questionamento para vocês, caros internautas: Quem está comprando esses cobres? Por que esses criminosos não são denunciados? Quem vai pagar essa conta?