Ser um Uru-Eu-Wau-Wau ou na língua nativa dos indígenas, um Jupaú, é se vestir diariamente de muita resistência. Resistir as intemperes do tempo é mais que um lema para os Uru-Eu, é uma necessidade que compete pela sobrevivência. Se descrever este povo indígena já demonstra certo intimismo empírico, agora, imagina ter esse conhecimento na palma das mãos?
Jupaú – (A Luta do Povo Uru-Eu-Waw-Wau. O fotolivro chega resgatando três décadas do povo Jupaú, também conhecidos como aqueles “que usam jenipapo”. “Os fatos contidos na obra, foram captados nas décadas de 80 e 2000, períodos compreendidos como desafiadoros, no que diz respeito a existência deste povo”.
Com idealização e pesquisa pelos jornalistas e documentaristas Gabriel Uchida, (O Território) e Mariana Lacerda, a obra, contém fotografias feitas pela ativista, indigenista e historiadora Ivaneide Bandeira Cardozo, a (Neidinha Suruí). De autoria da própria ativista e da Associação de Defesa Etnoambiental (Kanindé), o manuscrito perfaz um compilado, dotado de imagens e textos onde pontua a importância das cenas no contexto da época em que foram retratadas.
Também inclui cenas do cineasta e cinegrafista Tangai Uru-eu-wau-wau, (O Território), Kainjuma e por último, do Bitaté Uru-Eu-wau-wau Juma, que ao lado de Ivaneide protagonizam o longa-metragem ambiental. “É um livro em 2, um com fotos e o outro com os escritos onde conta a minha ‘história’ junto ao povo Jupaú”, revela Neide Cardozo.
Com grande expectativa, Jupaú – A Luta do Povo Uru-Eu-Waw-Wau, pela N -1 Edições, tem seu lançamento previsto para o dia 15 deste mês, na Bienal Internacional do Livro. Em Rondônia, a apresentação para o público local irá acontecer no dia 26/11, na Casa da Cultura Ivan Marrocos.
História
No período da colonização do estado, por volta da década de 60, os Uru-eu-wau-wau beiraram a margem da extinção. Uma das primeiras imposições dos colonizadores, foi a de alterar as características deste povo, mas os Jupaú resistiram como até os dias de hoje.