A prefeitura de Porto Velho divulgou que os casos de sífilis adquirida, uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), aumentaram em 30% nos primeiros cinco meses de 2023 em comparação com o mesmo período do ano passado.
Durante janeiro a maio deste ano, a capital rondoniense registrou 428 casos confirmados de sífilis adquirida. No mesmo período em 2022, Porto Velho havia registrado 328 casos, resultando em 100 casos a menos do que o atual.
A sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum e pode ser transmitida por meio de relações sexuais desprotegidas (adquirida ou em gestantes) ou pela transmissão vertical da mãe para o feto (congênita).
Os casos de sífilis congênita diminuíram de acordo com a administração municipal. Durante os cinco meses, foram confirmados sete casos. No mesmo período em 2022, foram registrados 36 casos da doença.
Os testes rápidos para sífilis e outras ISTs, como HIV e hepatites, estão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) localizadas em diversas regiões da capital. Para agendar o teste, os pacientes devem apresentar um documento oficial com foto e o cartão do SUS.
A sífilis pode não apresentar sintomas, pois a doença passa por diferentes fases. “Mesmo durante as fases iniciais, em que os sintomas costumam ser mais evidentes, alguns pacientes podem não apresentar sintomas”, explica o infectologista Paulo Abrão.
Os sinais e sintomas da sífilis variam de acordo com o estágio da doença:
- Fase primária: Pode ocorrer uma ferida no local de entrada da bactéria (pênis, vagina, ânus, boca) entre 10 a 90 dias após a contaminação. Normalmente, a ferida não causa dor, coceira, ardor ou pus e pode estar acompanhada de linfonodos inchados na virilha.
- Fase secundária: Os sinais e sintomas surgem entre seis semanas e seis meses após o aparecimento e cicatrização da ferida inicial. Pode ocorrer manchas no corpo que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés. A pessoa pode apresentar febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas pelo corpo.
- Fase latente (assintomática): Nessa fase, não há sinais ou sintomas aparentes. A fase latente é dividida em sífilis latente recente (menos de dois anos de infecção) e sífilis latente tardia (mais de dois anos de infecção). A duração é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária.
- Fase terciária: Pode surgir de dois a 40 anos após o início da infecção. Geralmente apresenta sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.
É possível que uma pessoa tenha sífilis e não saiba, pois a doença pode aparecer e desaparecer