O Centro Regional de Porto Velho do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) realizou na última quinta-feira (14), reunião com diversos órgãos, que atuam na área ambiental com objetivo de discutir cooperação para a prevenção e combate às queimadas no período de estiagem. O evento contou com a presença de 23 instituições públicas federais, estaduais e municipais. Estas instituições tiveram a oportunidade de apresentar os avanços no monitoramento e mitigação dos efeitos da estação seca na Amazônia Ocidental.
O prognóstico climático, para o período de estiagem de 2018, foi apresentado pelo Meteorologista do Censipam, Marcelo Gama. De acordo com as previsões para os meses de junho, julho e agosto de 2018, as chuvas deverão ocorrer dentro da normalidade, em toda a região Sul da Amazônia. O mesmo acontece com a temperatura do ar, conforme simulações dos principais centros internacionais, os modelos apontam para temperaturas dentro dos padrões normais no decorrer do trimestre.
O panorama geral da evolução das queimadas desde o ano de 2010 foi apresentado pelo Analista do Censipam, Thiago de Lima Martarole. Verificou-se que Rondônia é o Estado que mais queima, proporcionalmente à sua extensão territorial, concentrando a ocorrência de focos na região de Cujubim e Machadinho D’Oeste. Em termos absolutos, porém o município com maior numero de ocorrências é Porto Velho. O Acre, apresentou aumento gradual nos últimos sete anos, chegando a seu ápice em 2017. Os estados de Rondônia e Mato Grosso vem intercalando entre anos com baixas e altas ocorrências. Entre 2016 e 2017 o Mato Grosso apresentou a maior elevação dos índices, com aumento de 36% nas ocorrências de focos de calor, enquanto Rondônia registrou um aumento de 18%.
O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente em Rondônia (Ibama), por meio do gerente Estadual do PREVFOGO, Uilian Chaves Barreto, apresentou a distribuição das brigadas de incêndio ao longo do Estado, a forma de acionar a as mesmas no caso de alguma ocorrência de queimada e quais as perspectivas para atuação em 2018.
No sentido de colaborar com o combate às queimadas ilegais, o Censipam oferece aos parceiros a emissão de alertas de focos de calor em tempo quase-real por meio do monitoramento por satélite. O sistema envia por e-mail as anomalias térmicas detectadas após a passagem dos satélites, para as regiões de interesse previamente cadastradas pelos parceiros.
Novas tecnologias: O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), apresentou os estudos que estão sendo desenvolvidos na Unidade de Conservação “Campos Amazônicos” sobre as queimadas controladas com o intuito de formar cicatrizes que impedem o avanço de queimadas acidentais na época seca. O Corpo de Bombeiros Militar (CBM) de Rondônia, trouxe aos presentes os resultados de outra pesquisa que avalia a utilização do jato de água eletromagnetizado por um campo elétrico. O estudo demonstrou que a fuligem e a fumaça atraem a água, reduzindo o consumo de água durante o combate aos incêndios.
Outra preocupação típica da época de estiagem é a situação das vazantes e respectivos níveis mínimos dos rios. O Serviço Geológico do Brasil (CPRM), representado pelo engenheiro Herculys Pessoa e Castro apresentou a situação atual dos níveis dos rios das bacias de Rondônia e Acre. Em um segundo momento, foram apresentados os prognósticos para os principais rios que afetam mananciais de abastecimento do Estado de Rondônia e Acre pela assessora Operacional do Censipam/Centro Regional de Porto Velho, Dra. Ana Cristina Strava. Caso o prognostico se confirme, os níveis de restrição à navegação devem ocorrer ao longo do mês de agosto e setembro.