O primeiro semestre de 2021 é sem sobra de duvidas o pior e mais lamentável mês para a população do estado do Amazonas. Janeiro de 2021 tem superado toda e qualquer marca causada no estado pelo novo coronavírus (SarsCoV-2), com 80% de aumento em relação ao número de óbitos registrado, em maio de 2020.
De 1.175 mortes ocorridas em maio, hoje o estado atravessa assustadoramente a marca de 2.832 pessoas que lamentavelmente perderam a vida para a Covid-19 em janeiro. Os dados são da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS/AM).
E no Amazonas não é só o número de mortes que assusta, a contaminação pela doença também explode na mesma proporção. Em 2020 foram comprovados 36.124 casos, em 2021 o quantitativo já soma uma média de 66.381 registros, aumento de 83%.
Os enterros são outra marca considerada lamentável no Amazonas. Somente o mês de janeiro já superou abril e maio, os meses mais tensos de 2020 no começo da pandemia. Foram 4.601 sepultamentos em janeiro de 2021 contra 4.332 em 2020, durante os meses de abril e maio.
Mas quem trabalha na linha de frente da pandemia no Amazonas, afirma que o dia 14 de janeiro ficará marcado na história do estado, quando pessoas desesperadamente batiam nas portas das unidades de saúde, ou morriam asfixiadas pela falta de oxigênio.
Daniel Barros, epidemiologista e chefe da Sala de Situação da FVS/AM, explica que a média móvel de casos da Covid-19 no Amazonas vem mostrando redução nos últimos 4 dias. Porém segundo ele ainda é cedo para falar de uma tendência de redução. “Podemos classificar que o sacrifício que a população vem fazendo para manter o isolamento social mostrando efeito”.
A enfermeira Cynara Ávila classifica janeiro como algo os trinta dias mais desesperadores. “Eu chegava para trabalhar e não sabia nem por onde iria começar”, destaca a enfermeira que trabalha na linha de frente da Covid-19 na Unidade Básica de Saúde (UBS), Alfredo Campos no Bairro, Zumbi 2, zona Lesta de Manaus.