“Juntei minha mochila, a bike e saí com R$ 60 no bolso”, relembra. “A primeira viagem me abriu muitas portas, pessoas que se aproximaram, me ajudaram e que gostam da minha visão de mundo”.
Tássio trabalha na estrada para se manter, mas também aceita eventuais doações e ofertas de hospedagens.
Naquela primeira viagem, começou a colecionar histórias: fez figuração em um filme, morou e trabalhou na favela, passou fome e frio na estrada. “Até eu chegar a Porto Velho, senti vontade de voltar, levei sete dias para chegar lá e cheguei 5 quilos mais magro”, recorda.
Aos poucos, as amizades da estrada foram se solidificando e as pessoas começaram a procurá-lo para entender mais sobre as viagens. “Eu passei de ‘doido’ para ‘referência’”, diz ele.
Em sua primeira passagem por Cuiabá, Tássio diz que já tem onde dormir em Campo Grande, graças às antigas relações estabelecidas.
No começo a família ficou receosa, mas aos poucos os pais do acreano se acostumaram “Eu tenho saudades da família e dos amigos, mas sempre dá vontade de continuar fazendo, porque acontecem histórias bacanas e é bom chamar os amigos e contar o que aconteceu”, diz.
A família, é claro, sofreu no início. Sobretudo porque Tássio saiu sem avisar a mãe e o pai. “Só avisei meu irmão”. Com o tempo, todos se acostumaram.
“Agora eu mantenho contato direto”, esclarece. Em Foz do Iguaçu, o aventureiro participará de um congresso sobre turismo, onde pretende aprender mais sobre o setor.
“Eu aprendi a viver muito bem com pouco. Para mim, é muito mais lucrativo levar esta vida e me sentir sempre saudável do que o cara que está na correria, ganhando dinheiro, mas que não tem tempo de cuidar da própria saúde”, resume.