Na comemoração do aniversário de 26 anos da 9ª Turma de ingresso à carreira da magistratura do Poder Judiciário de Rondônia, a Ameron parabeniza aos magistrados pela dedicação e o comprometimento com a Justiça, fazendo valer os direitos dos cidadãos rondonienses. Os juízes empossados aos 14 de março de 1994 deram o prosseguimento ao progresso da Justiça no Estado de Rondônia. Aquela turma contou com um total de 17 aprovados, entre eles estava um rondoniense nato e que até hoje exerce a judicatura.
O juiz Ilisir Bueno Rodrigues é formado em Direito pela Universidade Federal de Rondônia. Após alguns anos de dedicação como servidor da Justiça do Trabalho, Ilisir ficara sabendo da abertura do IX Concurso de Ingresso à Carreira da Magistratura estadual, os conhecimentos adquiridos no serviço público se tornaram diferenciais ao resolver as questões da prova. "O concurso era bem semelhante ao que temos hoje. Havia o provão, como nós chamamos, com questões de múltipla escolha, depois tinha a dissertativa e sentença, por último fazíamos a prova oral", lembra o magistrado nascido em Ji-Paraná e criado em Porto Velho. Ilisir é um dos poucos magistrados genuinamente rondoniense, ao ser aprovado atuou nas comarcas de Cacoal, Pimenta Bueno, Alvorada do Oeste e está em Porto Velho desde 2001.
A perseverança foi fundamental para a aprovação daqueles candidatos, como é o caso do juiz João Adalberto Castro Alves. Oriundo do centro-oeste paranaense, o então aspirante à magistratura chegou à Rondônia, à convite do irmão, para exercer a advocacia na cidade de Ariquemes, no interior do Estado. João Adalberto era um dos candidatos do VIII Concurso de Ingresso à Carreira da Magistratura do TJRO realizado em 1993. "Aquele concurso contou com apenas quatro aprovados, o Tribunal era muito exigente e o concurso muito concorrido já naquela época. Hoje o diferencial é que os candidatos se preparam em cursinhos e isso tem elevado o grau de dificuldade porque aumentou muito o quadro de concorrentes. Esse preparo faz com que, aparentemente, o concurso seja diferente daquele tempo, mas creio que o grau de dificuldade seja o mesmo", observa o magistrado que tentou no ano seguinte o concurso novamente, quando conseguiu lograr êxito. João Adalberto atuou nas comarcas de Rolim de Moura, Cerejeiras, Guajará-Mirim, Colorado do Oeste, Costa Marques e, atualmente, está em Porto Velho.
O juiz Edewaldo Fantini Júnior é mais um que comprova o quanto o sucesso está associado com a insistência, o magistrado prestou o concurso para a magistratura em Rondônia por duas vezes até conseguir a aprovação na terceira tentativa. "Com dificuldade de informação e mesmo livros, estudei sozinho até passar no concurso de 1994. Parecia um sonho a cada etapa vencida do concurso. Até hoje agradeço o privilégio de trabalhar com o que gosto", comenta o magistrado que exerce a judicatura na comarca de Ji-Paraná.
Se deslocar para Rondônia no início dos anos 90 era um grande desafio para os candidatos que moravam em outros Estados, como é o caso do juiz Ênio Salvador Vaz. Natural do Paraná, mas advogado em Cuiabá-MT, a trajetória para prestar o concurso tinha como primeiro obstáculo encarar a precariedade das rodovias federais. "Embora vivesse em Cuiabá, tinha vindo para cá dois anos antes do concurso, quando ainda advogava e me interessei em vir para Rondônia. Chamou-me a atenção tratar-se de Poder Judiciário jovem em franca mudança com membros de todo país. Com bastante estudo e muito esforço consegui me tornar um magistrado", comenta.
Transformações no Judiciário
A judicatura em Rondônia do início dos anos 90 era bem distinta se comparado com os tempos atuais. "Em termos de tecnologia, nós tínhamos quase nada. Os primeiros computadores surgiram no Tribunal naquela época e hoje nós trabalhamos em um ambiente totalmente tecnológico. A gente nem tem mais processos físicos e naquela época usava-se a máquina de escrever ainda. Os bons servidores eram aqueles que datilografavam rapidamente. A própria formulação das decisões das sentenças era completamente diferente. Hoje com meia dúzia de cliques você tem a informação do Brasil inteiro a respeito dos julgados e naquela época tinha que ir para os livros pesquisar os julgados de outros tribunais e as decisões das Cortes Superiores", opina o juiz Ilisir Bueno Rodrigues.
Para o juiz João Adalberto Castro Alves, o Judiciário daquela época é completamente diferente do atual. "A magistratura deu um salto significativo. Em 1994, os controles eram feitos por fichários, os processos em papel e hoje houve uma revolução drástica porque na atualidade esses processos agora são eletrônicos. O Judiciário rondoniense tem um grau de tecnologia elevadíssimo comparado com o ano em que nós ingressamos na magistratura e podemos dizer que é um outro Judiciário", pondera.
Outra dificuldade apontada era a falta de energia elétrica que atrapalhava o andamento dos serviços jurisdicionais daquela época. "Nós começávamos os juris à tarde e terminavam sempre à noite ou de madrugada e, por muitas vezes, a gente acabou o Juri usando lampião de gás", recorda o juiz Ênio Salvador Vaz.
A 9ª Turma de Magistrados do TJRO, teve como aprovados além dos magistrados mencionados acima os juízes: Valdecir Ramos de Souza, Roberto Gil de Oliveira, Edson Yukishigue Sassamoto, Tânia Mara Guirro, Silvio Viana e Marcos Alberto Oldakowski, Gilberto José Gianasi, Mário José Milani e Silva, todos em atividade. E ainda, os juízes Elsi Antônio Dalla Riva, Luiz Antônio Peixoto de Paula Luna e Rosemeire Conceição de Souza aposentados. Também foram aprovados Suzi Soares Silva Gomes (falecida), José Arimatéia Neves Costa que não exerce mais a judicatura em Rondônia.