A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) acionou a Polícia Legislativa, na noite desta quarta-feira (20/11/2019), após ser hostilizada e chamada de “vagabunda” dentro da Câmara dos Deputados por uma blogueira ligada ao deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) – que se tornou conhecido ao rasgar uma placa de rua com o nome da vereadora assassinada Marielle Franco.
A gaúcha estava em frente à imagem recém-recolocada – em uma exposição em referência ao Dia da Consciência Negra – de desenho do cartunista Carlos Latuff, que havia sido rasgada por outro deputado do PSL e da bancada da bala, Coronel Tadeu (SP), na terça-feira (19/11/2019). A obra retrata um homem negro caído no chão, envolvido em uma bandeira do Brasil, enquanto um policial se afasta, ainda com a arma fumegante. A ideia era retrata o “genocídio negro” no país.
Maria do Rosário tirava fotos do cartaz, quando Tamires de Paula, que tornou-se conhecida por outro episódio de provocação e insultos, ao chamar, o deputado José Guimarães (PT-CE) de “Capitão Cueca” no Aeroporto de Brasília, teria começado a gritar ofensas a Maria do Rosário. A provocação a Guimarães se referia ao episódio em que um assessor do petista foi pego com dólares na cueca.
A deputada tentou se afastar, mas foi seguida por Tamires. Rosário chamou então a Polícia Legislativa. Quando os agentes da segurança da Casa chegaram e tentaram identificar a mulher que insultava a deputada gaúcha, Daniel Silveira tentou, segundo testemunhas, impedir a ação dos policiais legislativos afirmando que Tamires era assessora dele.
A mulher foi levada, mesmo assim, ao Depol, o Departamento de Polícia Legislativa. Lá, os agentes identificaram a mulher e verificaram que ela não era formalmente funcionária de Silveira.
Embora não seja funcionária de Daniel Silveira na Câmara, Tamires de Paula é ligada ao deputado, que tem postagens comemorando as provocações da mulher e sinalizando que ela pretende se tornar parlamentar no futuro.
A estratégia se assemelha à usada pelo youtuber Arthur do Val, o Mamãe Falei, ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL) e que virou deputado estadual em São Paulo pelo DEM – de onde acaba de ser expulso – embalado por vídeos em que afrontava personagens ligados à esquerda.