A injeção, estimada, este ano, em mais de R$ 130 milhões dos recursos do FGTS e PIS/PASEP, turbinou a intenção de consumo das famílias de Rondônia, em setembro, que, segundo a Assessoria Econômica da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Rondônia, com 103 pontos, em setembro, é mais alta 11,4% que a brasileira (92,5 pontos), e deve influir, de forma positiva, nas vendas do Dia das Crianças. Segundo a Assessoria, as vendas também devem ser maiores que a média do pais, com uma tendência de aumento de 5,3%.
Para o presidente da Fecomércio/RO e vice-presidente da Confederação Nacional do Comércio, Raniery Araujo Coelho, "Os saques possibilitaram à uma parcela significativa de pessoas físicas a quitação de seus débitos, limpando o nome junto à instituições financeiras, o que melhora as expectativas e deve ser refletir num aumento das vendas no final do ano". Para ele, "Este aumento no curto prazo é esperado, mas, sabemos que se circunscreve mais aos setores supermercadistas, vestuário, livrarias e papelarias e brinquedos". Os empresários veem a liberação dos recursos como um alívio momentâneo, porém, esperam mais medidas de longo prazo para destravar a economia brasileira. A Lei da Liberdade Econômica foi um bom passo, mas, o corte de juros, as privatizações e os investimentos em infraestrutura só devem fazer mais efeitos no próximo ano.
IMPACTO É MAIOR NO PAGAMENTO DE DÍVIDAS QUE NO PIB
Uma estimativa também oriunda da Assessoria Econômica da Fecomércio/RO é de que o valor liberado para saque, considerando o volume bruto liberado do FGTS como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, chegará ao equivalente a 0,39% do valor dos bens e serviços produzidos durante o ano. Apesar de beneficiar 717.880 trabalhadores de Rondônia, analisando-se o percentual desagregado em relação aos outros estados, é possível observar que os efeitos sobre o PIB são, particularmente, mais elevados nos estados maiores, como São Paulo (impacto de 0,7%), Goiás (0,6%), Ceará (0,59%) e Alagoas (0,59%), contudo, de qualquer forma, os efeitos do saque são mais sentidos na região Norte e Nordeste, pois, apesar do Sudeste possuir um número maior de beneficiários, segundo o SPC, o alívio de dívidas será maior nessas regiões, onde 44% dos endividados no Nordeste têm débitos de até R$ 500,00. No Norte este percentual é de 42%. As pesquisas também apontam que a maioria das pessoas com o nome sujo pretendem limpar o nome para voltar a comprar. Isto afeta diretamente o consumo e impacta, de forma moderada, a economia, e torna o efeito previsto no PIB muito pequeno, porém, além de significar um respiro para a situação econômica, melhora as perspectivas futuras, o que pode resultar em vendas de fim de ano melhores que as esperadas.