Um esforço internacional de pesquisa que sequenciou o genoma de 259 amostras do novo coronavírus Sars-CoV-2 está revelando um padrão internacional de circulação do vírus já plenamente globalizado, com patógeno circulando intensamente entre países europeus, que distribuem o vírus para África e América Latina.
O trabalho, coordenado por cientistas do centro de pesquisa Fred Hutch, de Seattle (EUA), e da Universidade da Basileia, na Suíça, organiza dados dos genomas do vírus compartilhados por pesquisadores mundo afora e os compara entre si.
Sobrepondo todas as sequências genéticas extraídas do vírus, o projeto reconstrói a trajetória de infecções, país a país, do paciente-zero na China até cada um dos casos analisados.
O primeiro relatório de situação que os seis cientistas coordenadores do projeto fizeram destaca o caso da Itália.
"A Covid-19 foi introduzida na Itália ao menos duas vezes, seguida de transmissão comunitária em ambas" afirmam os pesquisadores, liderados por Trevor Bedford, do centro Fred Hutch. "Essa transmissão comunitária inclui um aglomerado de amostras do vírus sequenciadas em seis outros países que parecem ter sido exportados da Itália."