As doenças da coluna estão entre as principais causas para que trabalhadores se afastem do ambiente laboral no Brasil. Dados do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) apontam que a dor na coluna é o motivo número um da concessão de auxílio-doença e afastamentos no país: foram quase 84 mil casos somente em 2017.
Entretanto, esse mal nem sempre é um sintoma de uma doença nas costas: o desconforto na região, quando associado a outros sinais, pode significar que há outro mal acometendo um paciente. Quando é o corpo todo que dói, as chances de que seja fibromialgia são grandes. Aprenda mais a respeito dessa enfermidade e de como identificá-la a seguir:
O que é a fibromialgia?
A fibromialgia é um distúrbio que causa dores constantes e que acometem todo o corpo do paciente, principalmente as articulações e os tendões. Estima-se que ela atinja 2% de toda a população mundial, com 3% de incidência entre os brasileiros. Apesar de a dor ser o principal sintoma da fibromialgia, ela costuma estar associada a outros sinais. Entre eles, estão:
● Dor de cabeça;
● Sono não reparador;
● Síndrome do intestino irritável;
● Fadiga.
Para a realização do diagnóstico, o médico fará uma avaliação clínica, como será visto mais detalhadamente a seguir.
A fibromialgia está no rol de doenças da coluna?
Como a fibromialgia causa dor nas costas, assim como no resto do corpo, pode ser que um leigo a considere como uma das enfermidades que faz parte do rol de doenças da coluna. Entretanto, esse não é o caso: apesar de a sua causa ser desconhecida, sabe-se que ela tem um componente genético e ambiental importante, não estando diretamente relacionada a um mal da coluna, especificamente. Por conta disso, recomenda-se que os pacientes diagnosticados com ela façam acompanhamento com um reumatologista.
Como diagnosticar a fibromialgia?
Assim como outros males da coluna, a fibromialgia pode ser diagnosticada com um mero exame clínico. Normalmente, o médico irá questionar o paciente a respeito de traumas físicos e psíquicos recentes, bem como quadros de infecção e o nível de stress de sua vida, já que, apesar de a causa exata do mal ser desconhecida, esses episódios parecem ter relação com o aparecimento dos sintomas. Além disso, muitos profissionais optam por pedir que o paciente se submeta a exames de imagem e de sangue, de modo a descartar outras enfermidades e ter mais certeza no diagnóstico.
Vale ressaltar que, quando uma mulher chega ao consultório se queixando de dores no corpo, as suspeitas a respeito da fibromialgia são ainda maiores. O motivo é o fato de que pacientes do sexo feminino, de idade entre 30 e 55 anos, são o principal grupo de risco para esse mal, de acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR). A razão por trás disso, porém, é desconhecida: sabe-se, apenas, que a questão não é hormonal, já que a doença afeta igualmente mulheres em idade fértil e as que já estão na menopausa.
A fibromialgia tem cura?
Infelizmente, a fibromialgia ainda não tem cura. Ainda assim, da mesma forma que muitas doenças da coluna, ela pode ser controlada por meio de algumas mudanças no estilo de vida do paciente. Ainda conforme a SBR, a redução dos sintomas e a melhora na qualidade de vida de quem é diagnosticado com a enfermidade costuma acontecer após algo entre 12 e 18 meses.
Normalmente, as primeiras medidas indicadas pelo profissional que faz o acompanhamento são a realização de atividades físicas, a redução do stress no cotidiano e evitar o levantamento de pesos. O objetivo é reduzir a pressão sobre as articulações, e, ao mesmo tempo, fortalecê-las, de modo a diminuir as dores que o paciente sofre.
Além disso, conforme o caso, o médico pode prescrever tratamentos e medicamentos para controlar o desconforto, de uma maneira semelhante ao controle de doenças da coluna. Anti-inflamatórios, assim como acupuntura, têm se mostrado eficazes para melhorar a qualidade de vida das pessoas diagnosticadas com fibromialgia.
A boa notícia é que, assim como no caso de muitas outras doenças, há uma grande quantidade de pesquisas sendo feitas ao redor do mundo de modo a identificar as causas da fibromialgia e criar tratamentos mais eficientes para ele. A Universidade de São Paulo em São Carlos, por exemplo, desenvolveu um estudo a respeito do uso de laser e ultrassons para alívio da dor. O diferencial é que, ao contrário da técnica tradicional, os feixes de luz não são direcionados diretamente nos pontos de desconforto, mas nas mãos e no músculo trapézio. Entre os que se submeteram a esse procedimento, houve 75,37% na redução de dor. O equipamento de emissão conjugada deve chegar ao mercado já em 2019.