A luta por uma sociedade mais justa e igualitária ganhou protagonismo na Assembleia Legislativa de Rondônia durante uma Sessão Solene realizada na quarta-feira (9). A cerimônia, conduzida pela deputada estadual Cláudia de Jesus (PT), celebrou o Dia Internacional de Combate à Discriminação Racial e homenageou 115 pessoas que atuam em defesa da igualdade racial no estado.
O evento, realizado no auditório Deputado Amizael Gomes da Silva, reuniu lideranças de diferentes setores e foi marcado por discursos emocionantes, entrega de Votos de Louvor e a reafirmação do compromisso com políticas públicas voltadas ao enfrentamento do racismo. A iniciativa partiu de uma solicitação do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Cepir).
Durante sua fala, a deputada Cláudia destacou a importância de ouvir as organizações sociais e comemorou a aprovação da Lei nº 5.732/2024, de sua autoria, que garante cotas raciais em concursos públicos estaduais. “Nosso papel é enfrentar todas as formas de discriminação. A aprovação dessa lei é um passo importante, mas ainda temos muito a fazer. Cada avanço é uma conquista coletiva”, afirmou.
Diversidade e resistência marcaram a solenidade
A cerimônia reuniu ativistas, professores, defensores públicos, líderes religiosos e representantes de movimentos sociais. Para Fábio Roberto, presidente do Cepir e defensor público, a diversidade dos homenageados reflete o espírito do evento. “Essa lista mostra a pluralidade de Rondônia. Temos pessoas de várias etnias, religiões e histórias, todas unidas pela construção de um estado mais justo.”
Antonio Neto, ex-presidente do Cepir, lembrou que a política de cotas foi uma demanda antiga do movimento negro. “Desde 2016 lutamos por isso. Só conseguimos avançar agora com o apoio da deputada Cláudia. Mas nossa luta continua. Queremos núcleos especializados para combater crimes raciais, apoio aos conselhos municipais e proteção real às vítimas”, destacou.
A coordenadora nacional do Movimento Negro Unificado, Rosa Negra, fez um alerta sobre o cenário preocupante no estado. “Rondônia ocupa o segundo lugar no ranking nacional de casos de racismo. Essa realidade se expressa na violência, na exclusão e na falta de acesso a direitos básicos. Lutar contra o racismo exige ação, coragem e investimento público.”
Mais do que palavras, é hora de agir
O evento também foi um espaço de cobrança por políticas concretas. Os participantes pediram mais representatividade, escuta ativa dos conselhos de igualdade racial e investimentos em educação com práticas pedagógicas antirracistas.
“Essa pauta precisa ser levada com seriedade. A sessão foi importante, mas é só o começo. Precisamos transformar falas em ações que façam a diferença no dia a dia da população negra de Rondônia”, concluiu Cláudia de Jesus.