A bancada federal de Rondônia decidiu intensificar a pressão sobre o Ministério dos Transportes e solicitou ao ministro Renan Filho a suspensão ou o adiamento da licitação da BR-364. O motivo? O projeto atual não atende às necessidades da rodovia e impõe altos custos sem garantir melhorias adequadas.
De acordo com a deputada Cristiane Lopes (UB), em publicação em rede social hoje (26), a concessão proposta pelo governo apresenta graves problemas.
“O projeto, como está, impõe um pedágio elevado sem garantir as melhorias necessárias para a rodovia. Apenas pouco mais de 100 km serão duplicados, um investimento muito abaixo do que a via exige para oferecer mais segurança e melhor trafegabilidade. Além disso, as obras podem levar até oito anos, prolongando os impactos negativos no transporte de cargas e no deslocamento da população”, afirmou a parlamentar.
O edital prevê que a empresa vencedora da licitação terá o direito de administrar o trecho entre Vilhena e Porto Velho por 30 anos. Entretanto, a previsão de obras é limitada. No chamado anel viário, a intervenção abrangerá apenas 34,450 km em três pontos específicos. Embora essas obras sejam vitais para o transporte de cargas que chegam ao estado, os parlamentares argumentam que o impacto positivo será reduzido frente às altas tarifas de pedágio e ao longo prazo previsto para a execução das melhorias.
Outro fator que motiva a bancada a questionar a concessão é a falta de participação efetiva de prefeitos, vereadores e setores diretamente afetados pela rodovia. Sem um debate mais amplo, a preocupação é que a população e os transportadores arquem com custos abusivos sem que haja um retorno real em infraestrutura e segurança viária.
Os parlamentares reforçam que não são contra a concessão, mas exigem que qualquer iniciativa desse porte seja conduzida com maior transparência, inclusão dos envolvidos e garantia de investimentos suficientes para transformar a BR-364 em uma rodovia segura e eficiente para todos.
